Percepções da comunidade moçambicana bilíngue em relação ao uso do português e das línguas maternas Bantu
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v13i3.7738Resumo
O presente estudo pretende averiguar se o bilinguismo em Moçambique está, ou não, a dar origem ao declínio e abandono das línguas bantu locais. Especificamente, visa identificar factores de erosão ambiental: atitudes para com as LB/L1 e LP/L2 e a vitalidade das LB. A comunidade moçambicana bilíngue quase duplicou, de pouco mais de 20%, em 1980, para cerca de 40% da população total em 2017 (INE, 2009; FIRMINO, 2000; CHIMBUTANE, 2012; INE, 2019). Considerando que o uso de uma língua desenvolve no falante uma certa avaliação sobre a imagem que pretende criar de si mesmo (ROMAINE, 1995; PAUWELS, 2004), bem como a definição de identidade (kind of person) de um indivíduo (GEE, 2000), esses dados sugerem que, em Moçambique, se está a desenhar um cenário de mudança de língua, das línguas bantu para o Português. Os dados colhidos de 270 estudantes universitários de três cidades, distribuídos em quatro áreas educacionais, conforme ISCED (2011), permitem concluir que esta geração convive de forma harmoniosa com o seu bilinguismo. Quanto à identidade político-cultural, estes não se sentem discriminados como cidadãos moçambicanos pelo facto de falarem Português, mas tendem a considerar que o domínio de uma língua bantu os torna cidadãos mais genuinamente moçambicanos.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autor(es) conservam os direitos de autor e concedem à Revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.