“Isto não é Tebas, isto é Brasil”

a travessia da pandemia na poética de Alberto Pucheu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v17i2.18896

Palavras-chave:

Catástrofe, Pandemia, Poema, Pucheu

Resumo

Esta proposta discute como o repertório da pandemia da Covid-19 está presente no “Poema para a catástrofe do nosso tempo”, publicado, em 2020, no livro vidas rasteiras, do poeta e artista Alberto Pucheu, um poema-livro dividido em vinte e uma partes cuja narrativa, tecida recentemente sob a égide da crise sanitária mundial, estampa a catástrofe que se abateu sobre o Brasil. A atmosfera trágica se sucede desde 2016, quando uma presidenta foi retirada do seu cargo por meio de um “golpe teatral”, repercutindo, em 2018, quando um Midas às avessas, um partido político e uma ideologia autoritária e de extrema brutalidade assumiram o poder. Ao pensar o Brasil contemporâneo, Pucheu adota uma visão da ascendente queda de um país para refletir sobre os acontecimentos atuais. Diante de um contexto fúnebre, “Poema para a catástrofe do nosso tempo” alavanca imagens de dor, de morte e de perdas que figuram o drama existencial vivenciado por brasileiras e brasileiros tanto em decorrência do coronavírus quanto da inoperância do Estado perante tal tensão sanitária.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Taise Teles Santana Macedo, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Mestre em Estudo de Linguagens pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Especialização em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); Graduação em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Graduação em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa- pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Doutoranda no Programa de Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (PPGLITCULT/UFBA).

Referências

ARISTÓTELES. Poética. Tradução, prefácio, introdução, comentário e apêndices de Eudoro de Sousa. 7. ed. Lisboa: Imprensa Nacional: Casa da Moeda, 2003. p. 7-130.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2022.

LESKY, Albin. Do problema do trágico. In: LESKY, Albin. A tragédia grega. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. p. 21-56.

MOST, Glenn W. Da tragédia ao trágico. In: ROSENFIELD, Kathrin Holzermayr (org.). Filosofia e literatura: o trágico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 20-35.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. Tradução e notas de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 2020.

PUCHEU, Alberto. Poema para a catástrofe do nosso tempo. In: PUCHEU, Alberto. vidas rasteiras. São Paulo: Editora Bregantini, 2020. p. 95-181.

SZONDI, Peter. Ensaio sobre o trágico. In: ROSENFIELD, Kathrin (org.). Peter Szondi e Walter Benjamin: ensaios sobre o trágico. Tradução de Katrhin Rosenfield e ChristianWerner. Rio de Janeiro, UERJ, 1994. v. 1. (Cadernos do mestrado/literatura). p. 9-39.

VERNANT, Jean-Pierre; VIDAL-NAQUETE, Pierre. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Editora Perspectiva, 1999. p. 1-24.

Downloads

Publicado

2023-12-14

Como Citar

MACEDO, T. T. S. “Isto não é Tebas, isto é Brasil”: a travessia da pandemia na poética de Alberto Pucheu. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 63–73, 2023. DOI: 10.35499/tl.v17i2.18896. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/18896. Acesso em: 13 nov. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ TEMÁTICO