A (des)inclusão da criança com deficiência no Bairro do Limoeiro
reflexões sobre as personagens Luca e André nos gibis da Turma da Mônica
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v17i1.16453Palavras-chave:
Criança com deficiência, Histórias em quadrinhos, Representação, Turma da MônicaResumo
Após décadas de luta por maior reconhecimento e significante participação social, as Pessoas com Deficiência têm alcançado o mercado de trabalho, a educação e alguma representação em produções artístico-culturais. Sobre essas últimas, destacam-se os gibis da Turma da Mônica que, desde os anos 2000, abriram o famoso Bairro do Limoeiro às crianças com deficiência, criando um elenco de personagens representativas para esse grupo. Se o bairro fictício passou a ser inclusivo de fato, eis o que este artigo pretende discutir, tomando como objeto de análise o modo de inserção de personagens com deficiência, como André e Luca, nas narrativas quadrinizadas. O corpus da investigação é formado por quatro narrativas pertencentes aos gibis Magali – Ao assoprar a velinha (2021), Turma da Mônica – Como criar um bebê dragão (2021) e Turma da Mônica – Uma foto do Limoeiro (2021). O exame de episódios apresentados nessas narrativas permitiu apurar que a imagem da criança com deficiência é expressa exclusivamente pela condição sintomatológica da deficiência, como se somente esse aspecto fosse suficiente para representar pessoas reais com deficiência, o que reconhecemos ser uma postura discriminatória e excludente, a qual, lamentavelmente, é reproduzida nos discursos dos gibis analisados. Para a discussão, o aporte teórico se baseia nos pensamentos de Serge Moscovici (2007), no campo dos Estudos Culturais, de Débora Diniz (2007) e João Batista Ribas (2003), pesquisadores da área da inclusão social das Pessoas com Deficiência.
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