Michel Pêcheux e a crítica aos recalques da história e da língua
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v9i1.1380Palavras-chave:
Michel Pêcheux, interpretação, circularidade, ciência,Resumo
O presente artigo se propõe a percorrer algumas obras de Michel Pêcheux em busca das críticas que o autor apresentou ao problema da circularidade na interpretação dos textos, que, dito de outra forma, é o problema de se “encontrar” na leitura aquilo que se procura. Problema clássico da sobre-interpretação estruturalista, como também do relativismo. O dispositivo teórico de Análise de Discurso proposto por Michel Pêcheux não “puxa o analista pelos cabelos”, livrando-o da história, da exterioridade e dos pragmatismos de mundos semanticamente normais. Pelo contrário, tal dispositivo sublinha e torna pertinente a opção por não se recalcar a memória e seus preenchimentos/capturas que incidem na forma de interdiscurso – entendido enquanto “corpus sócio-histórico de traços discursivos” (PÊCHEUX, 2011 [1982]) –, o que nos conduz para a ordem equívoca da língua, locus privilegiado onde se dão, de modo opaco e diverso, as reinscrições de memória.
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