A presença viva da cultura afro no semi-árido baiano: Religiosidade, crenças e tradições
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v1i1.113Resumo
Propõe-se, através deste artigo, o estudo da religiosidade como fornecedora de categorias de explicação de fatos e situações em suas manifestações em uma comunidade afrodescendente, situada no município baiano de Conceição de Coité, para apreender a visão do contexto religioso, sua linguagem e suas crenças associadas às expressões culturais. Tendo em vista que em questões dessa natureza, predominam, geralmente, os sentidos consolidados, defendidos através da relação que se estabelece entre a igreja e a sociedade, pergunta-se: de que forma o saber religioso se manifesta naquela comunidade? Como ocorre o diálogo entre o saber constituído da Igreja e as crenças populares? Que ideologia está implícita nas categorias fornecidas pela religiosidade? Na tentativa de responder tais questionamentos, analisam-se três fragmentos de entrevistas realizadas na comunidade, a partir da ideologia do cotidiano, proposta por Bakhtin (1929), tomando-se a ambivalência como categoria de análise. Para o autor o estudo da linguagem se estende à elucidação de valores, crenças, expectativas que revelam a visão de mundo historicamente constituída.
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