Torto Arado: la tierra como fundamento de la (re)construcción de una identidad étnica
Entre la esclavización y la resistencia
DOI:
https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.10755Resumo
O romance Torto Arado (2018) do escritor brasileiro Itamar Vieira Junior revela o processo de construção e reconstrução de uma identidade étnica associada a um território, a fazenda Água Negra, na Chapada Diamantina. Essa identidade é marcada pelo desejo de reconstruir uma memória coletiva na qual a religião jâre (uma espécie de candomblé rural sincrético, uma variante do “candomblé caboclo”) tem uma participação principal, que como força unificadora revitaliza a o verdadeiro americano maravilhoso. Seus habitantes resistem às hegemonias da colonialidade, construída sobre a noção de raça: o discurso do empoderamento econômico (latifundiários, antes dos diamantes e antes destes, ouro), da religião (católica e evangélica), do saber (eurocentrismo), do sistema de dominação patriarcal. Torto Arado revela que a desigualdade começa pelo tipo de vínculo que se estabelece com a terra. É um romance que denuncia a continuidade do sistema de escravização e a resistência dessas minorias. Situa-se como um divisor de águas na literatura brasileira, transgredindo, como alguns outros autores, o discurso homogêneo em sua narrativa contemporânea.
Palavras-chave: Torto Arado. Reconstrução da identidade ética associada à terra. Itamar Vieira Junior.
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Referências
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