O (NÃO)LUGAR DE UMA PSICÓLOGA NEGRA NA SAÚDE MENTAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DE PRÁTICAS (NEO)COLONIAIS EM CAPS AD III
Palabras clave:
Assistência à Saúde Mental, Racismo, ColonialismoResumen
Introdução: Neste período pandêmico, a situação de saúde mental da população negra tem se agravado; ademais, são as pessoas negras que mais procuram acolhimento e necessitam de intervenções no Caps AD III. Objetivo: discutir as práticas (neo)coloniais vivenciadas por uma psicóloga negra em sua trajetória de trabalho na Saúde Mental, bem como evidenciar a importância de estudos e pesquisas que considerem as variáveis raça e gênero, de forma interseccional. Método: Relato de experiência de uma psicóloga negra em dois Caps AD, por meio de três episódios descritos que foram silenciados, negados e negligenciados, compreendidos como ofensas ao sujeito e a seus privilégios da branquitude. Essas vivências foram contextualizadas com a concepção de saúde mental e racismo, o perfil dos usuários de Caps AD, o preconceito e o estereótipo do usuário de álcool e de outras drogas, além do papel das psicólogas na desconstrução de práticas coloniais na saúde mental. Resultados: Numa análise crítica teórica, as discussões apontam a existência de racismo estrutural e institucional, estabelecidas pelas relações raciais entre integrantes da equipe multiprofissional com os sujeitos que procuram muito mais que o tratamento para a dependência química, mas o resgate de sua dignidade. Conclusão: A negação da ocorrência de racismo institucional e de práticas que inserem a presença do colonialismo explora a relevância dos profissionais e usuários, sejam negros ou brancos, levando-os a tirarem suas “máscaras simbólicas” e a se tornarem protagonistas nesta reparação histórica geradora de intenso sofrimento psíquico.
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