VAMOS ARRIBAR O CÉU? POR UMA EDUCAÇÃO ATRAVESSADA POR BRASILIDADES CRIATIVAS SUBALTERNIZADAS

Autores

Palavras-chave:

Lei 11.645/08; História; Arte; Indígenas e Afro-brasileiros

Resumo

O presente artigo visa discutir possibilidades de ampliação da noção de História do Brasil, dando ênfase ao estudo de narrativas expressas pelas populações indígenas e afro-brasileiras através das artes, da oralidade, ritos e demais manifestações culturais brasileiras. Os registros históricos dessas comunidades de tradição oral e de seus descendentes, pertencentes ao amplo território que se convencionou chamar de sertão, estiveram historicamente à margem da narrativa oficial do Brasil, gerando o apagamento de suas memórias e ciências. Com o intuito de provocar um debate sobre tais problemáticas, pensando como essas questões devem estar presentes nos currículos oficiais da educação, dividi este artigo em três partes: a primeira traz um debate mais geral sobre o tema, a segunda é uma narrativa pessoal/profissional sobre um encontro com portais cosmológicos afro-indígenas brasileiros, durante minha pesquisa de doutorado e, por fim, apresento a proposta do projeto de pesquisa e extensão ARRIBAR O CÉU: artes, saberes e histórias dos sertões indígenas e afro-brasileiros, implementado em 2022, na UNEB Campus IV, como resultado dessas vivências e inquietações. O referido projeto tem como premissa fundamental a Lei Federal 11.645/08 que alterou a LDB (9394/1996), tornando obrigatória a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nos currículos oficiais da rede de ensino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cláudia Pereira Vasconcelos, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Doutora em Estudos de Cultura pela Universidade de Lisboa (UL). Docente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Referências

ALBUQUERQUE, Wlamira Ribeiro de; FRAGA FILHO, Walter. Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a expansão do Nacionalismo. Lisboa: Edições 70. 2012.

ARIAS Patricio Guerrero,. Corazonar el sentido de las epistemologias dominantes desde las sabidurías insurgentes, para construir sentidos otros de la existência. Calle14: Revista de Investigación en el Campo del Arte, v. 4, n. 5, p. 80-95, jul./dic. 2010. Disponível em: https://revistas.udistrital.edu.co/index.php/c14/article/view/1205/1596. Acesso em: 21 abril. 2022.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 2008.
BULHÕES, Leandro. Ensino das histórias e culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas entrecruzadas: paradigma da contribuição, pedagogia do evento e emancipações na educação básica. Revista ABPN, v. 10, p. 22-38, 2018.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, 2008.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Recife: ed. Record, 1995.

GONZALEZ, Lélia. Primavera para as rosas negras. São Paulo: União dos Coletivos Pan-Afrikanos, 2018.

HENRIQUES, Joana G. Racismo em português, o lado esquecido do colonialismo. Lisboa: Tinta da China, 2016.

ILÊ AXÉ ICIMIMÓ AGANJU DIDÉ. Terreiro Ilê Axé Icimimó Aganju Didè. Filme. 18min37s. Disponível em: https://hibridos.cc/po/rituals/ile-axe-icimimo-aganju-dide/. Acesso em: 21 de abril. 2022.

LIMA, Jamile Silva. O sentido geográfico da identidade: metafenomenologia da alteridade Payayá. Tese de Doutorado em Geografia, Campinas - São Paulo: Unicamp, 2019.

MARACATU VENTOS DE OURO. Disponível em: https://www.facebook.com/maracatuventosdeouro/about. Acesso em: 21 de abril. 2022.

MARTINS. Daniela Maria Barreto. Arte de cuidar e ser cuidado: experiências terapêuticas integrativas na perspectiva da dádiva. Tese de Doutorado em Sociologia, Recife – Pernambuco: UFPE, 2014.

PACHECO, Lilian. Pedagogia Griô, a reinvenção da roda da vida, Lençóis: Ministério da Cultura, 2006.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido de Brasil. São Paulo: Global editora, 2018.

RODRIGUES, Mariza do Carmo. Práticas Religiosas Afro-Brasileiras em Jacobina/Ba: entre Pejis e Candomblés. Dissertação de Mestrado em Estudos Étnicos e africanos, Salvador – Bahia: UFBA, 2014.

SANTOS, Vanicleia Silva. Os ritos e ritmos da Micareta no sertão da Bahia. Revista Projeto História, PUC/SP, vol. 28 (jan/jun), São Paulo: disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/10439/7776. Acesso em 30 de abril de 2022.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos. Dicionário da Escravidão e Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

VASCONCELOS, Cláudia Pereira. Ser-Tão Baiano: o lugar da sertanidade na configuração da identidade baiana. Salvador: EDUFBA. 2011.

VASCONCELOS, Cláudia Pereira. Travessias sertânico-diaspóricas na pesquisa e o Brasil transcolonial. In: VASCONCELOS Vania N. Pereira; VEIGA, Ana Maria (orgs). Das Margens: lugares de rebeldias, saberes e afetos. Salvador: EDUFBA. 2022.

VIEIRA JÚNIOR, Itamar. Torto Arado. São Paulo: Todavia, 2019.
VIEZZER, Moema e GRONDIN, Marcelo. Abya Yala: genocídio, resistência e sobrevivência dos povos originários das Américas. Rio de Janeiro: Bambual editora, 2021.

Downloads

Publicado

2022-09-10

Como Citar

Vasconcelos, C. P. (2022). VAMOS ARRIBAR O CÉU? POR UMA EDUCAÇÃO ATRAVESSADA POR BRASILIDADES CRIATIVAS SUBALTERNIZADAS . Diálogos E Diversidade, 2, e14130. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/rdd/article/view/14130

Edição

Seção

Dossiê temático: Educação indígena e quilombola