Minimuseu Firmeza como museu de artista: uma trajetória em defesa de uma história da arte no Ceará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p758-775

Palavras-chave:

Museu de Artista, Nice, Estrigas, Minimuseu Firmeza

Resumo

O presente artigo apresenta o contexto da pesquisa a respeito de museus de artista na América Latina e na África. Inicialmente apresentamos o que compreendemos por museu de artista e sua relação com a museologia e a história da arte. Para depois analisarmos o Minimuseu Firmeza como obra de arte a partir da trajetória dos artistas Nice e Estrigas, descrevendo o trabalho realizado por eles na cidade de Fortaleza em defesa dos artistas e da história da arte no Ceará. Apresentamos uma análise das ações desenvolvidas relacionando-as a musealização da arte: salvaguarda e comunicação. Realização de ateliês, rodas de conversa, pesquisa, produção de fontes documentais, realização de exposições e publicações sobre arte. Argumentamos que todo esse trabalho de memória em defesa das artes acontece a partir de um museu comunitário que promove a escrita de uma história da arte contra-hegemônica, insurgente, que parte da chamada periferia das artes.

 

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Biografia do Autor

Carolina Ruoso, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora de teoria e história da arte da Universidade Federal de Minas Gerais. Graduada (UFC) e Mestre em Hitória (UFPE), doutora em Hitória da Arte pela Universidade de Paris 1 Panthéon Sorbonne, com bolsa CAPES modaldade doutorado pleno no exterior.

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Publicado

2020-06-29

Como Citar

RUOSO, C. Minimuseu Firmeza como museu de artista: uma trajetória em defesa de uma história da arte no Ceará. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 14, p. 758–775, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p758-775. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7978. Acesso em: 16 abr. 2024.