Pistas biográficas de Henriqueta Martins Catharino e a coleção de arte popular do Instituto Feminino da Bahia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p692-708

Palavras-chave:

Biografia colecionista, Henriqueta Catharino, Instituto Feminino da Bahia,

Resumo

No encalço da biografia colecionista de Henriqueta Catharino, que criou e levou adiante o Instituto Feminino da Bahia (IFB, Salvador), instituição privada dirigida pela Fundação do Instituto Feminino da Bahia (FIFB) priorizamos a formação do Museu de Arte Popular dentre os segmentos museológicos que abriga. A metodologia amparou-se nos recortes de jornais, documentação arquivada no álbum Recordando do IFB (dos anos 1920 até final dos 1960), possibilitando observar a formação e deslocamento paulatino de coleções para compor museus, e os discursos institucionais situando o “artista anônimo”. Conclui-se que a manifestação colecionista de Henriqueta Catharino ficou encoberta pelas intenções derivadas da filosofia de vida caritativa concretizada pelos projetos desenvolvidos e posição social de destaque, facilitando o trânsito entre dois mundos separados pela ocupação de espaços sociais distintos (o da elite e o dos artesãos).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Suely Moraes Cerávolo, FFCH/UFBA

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Professora da Universidade Federal da Bahia. Líder do Grupo de Pesquisa Observatório da Museologia na Bahia.

Referências

ALVES, Elder Patrick Maia. O movimento folclórico brasileiro: guerras intelectuais e militância cultural entre os anos de 50 e 60. Desigualdade & Diversidade. Revista de Ciências Sociais, PUC-RIO, n. 12, p. 131-152, jan./dez., 2013. Disponível em: http://desigualdadediversidade.soc.puc-rio.br/media/11%20-%20artigo%207%20-%20Elder%20Alves.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

ALVES, Marieta. Henriqueta Martins Catharino: sua vida e sua obra. In: Museu do Traje e do Têxtil. Salvador: Fundação Instituto Feminino da Bahia, 2003, p. 17-23.

As Victorias do Instituto Feminino. Trabalhos artísticos expostos. A Tarde. Salvador, p. 3, 06 ago.1932.

Belezas do mar. Exposição anual do Instituto Feminino. A Tarde, p. 2, 05 out. 1956.

BETTENCOURT, Gastão de. O Folclore no Brasil. Salvador: Publicações da Universidade da Bahia/Brasil, 1957.

BOURDIEU, Pierre. A Distinção. Crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP: Porto Alegre, RS: Zouk, 2007.

BRITTO, Clovis Carvalho. Gramática expositiva das coisas. A poética alquímica dos museus-casas de Cora Coralina e Maria Bonita. Salvador: EDUFBA, 2018.

BRITTO, Clovis Carvalho. Museus e Acervos Literários: a experiência dos 'papéis de circunstância' no Museu-Casa de Cora Coralina em Goiás-GO. Musas (IPHAN), Brasília, v. 6, p. 164-181, 2014. Disponível em: http://www.museologia.fci.unb.br/component/phocadownload/file/89-britto-clovis-carvalho-museus-e-acervos-literarios-a-experiencia-dos-papeis-de-circunstancia-no-museu-casa-de-cora-coralina-em-goias-go-musas-iphan-v-6-p-164-181-2014. Acesso em: 19 set. 2019.

CHAVES, Wagner Neves Diniz. Identidade, narrativa e emoção no Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore. ANTHROPOLÓGICAS, PPGA UFPE, ano 16, vol. 23(2), p. 50-97, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br.revistaanthropologicas.article.download. Acesso em: 19 set. 2019.

CERÁVOLO, Suely Moraes. Exposições Temporárias para as “Senhoras e Senhoritas” da sociedade baiana: o discurso performativo do Instituto Feminino da Bahia (1920 a 1968). V Congresso Sergipano de História/V Encontro Estadual de História ANPUH/Sergipe, 2016, Aracaju. Anais [eletrônicos] V Congresso Sergipano de História/V Encontro Estadual de História ANPUH/Sergipe, Aracaju, ANPUH/Sergipe, 2016. Disponível em: http://www.encontro2016.se.anpuh.org/resources/anais/53/1486583730_ARQUIVO_1472552711_ARQUIVO_CERAVOLOANPUHrevisto08.016k.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

CERÁVOLO, Suely Moraes. Colecionando “homens e cousas”: por um perfil do Museu do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1894-1927). Revista do IGHB, Salvador, v. 112, p. 97-134, 2017.

COSTA, Paulo de Freitas. Sinfonia de objetos. A coleção de Ema Gordon Klabin. São Paulo: Iluminuras, 2007.

COUTINHO, Paula Andrade. Do palacete ao castelo: estudo da trajetória do colecionador Henry Joseph Lynch. 2018, 151 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador. Disponível em: http://www.repositorio.ufba.br:8080/ri/handle/ri/25338. Acesso em: 19 set. 2019.

CUNHA, Marcelo Bernardo Nascimento da. Teatro de memórias, palco de esquecimentos: culturas africanas e das diásporas negras em exposições. 2006. 295 f. Tese (Doutorado em História). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.museologia.ffch.ufba.br/sites/museologia.ffch.ufba.br/files/tese_marcelo_nascimento_bernardo_da_cunha.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

DEAN, Carolyn. The trouble with (The Term) Art. Art Journal, College Art Association, v. 65, n. 2, p. 24-32, Summer, 2006. Disponível em: https://www.bucknell.edu/documents/griotinstitute/deanarticle.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

DIAS, Carla da Costa. De sertaneja à folclórica, a trajetória das coleções regionais do Museu Nacional (1920-1950). 2005. 251f. Tese (Doutorado em Artes Visuais) – Programa de Pós-graduação em Artes Visuais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/5494/1/719925.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

Exposição de Arte Antiga. A Tarde, p. 10, 28 mar. 1949.

Exposição de louças e porcelanas antigas. A Tarde, p. 5, 13 jul. 1955.

Exposição comemorativa do 33º aniversário IFB. A Tarde, p. 3, 05 out. 1956.

Faziam flores de penas para viver! Interessantes trabalhos das freiras Ursulinas em tempos difíceis. Esculturas em madeira. O que vimos no museu do Instituto Feminino. Estado da Bahia. 18 ago. 1941.

FLORES, Joana. Mulheres negras e museus de Salvador: diálogo em branco e preto. Salvador: EDUFBA, 2017.

GUTIERREZ, Angela. Coleções – entre o público e o privado. In: MAGALHÃES, Aline Montenegro; BEZERRA, Rafael Zamorano. Coleções e Colecionadores. A polissemia das práticas. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2012, p. 254-257.

HOLLANDA, Guy de. Recursos Educativos dos Museus Brasileiros. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais: Organização Nacional do ICOM, 1958.

LOPES, Telê Porto Ancona. Viagens Etnográficas de Mário de Andrade: Itinerário Fotográfico. Revista do IEB, Instituto de Estudos Brasileiros/USP, n. 11, p. 139-174, 1972. Disponível em https://www.revistas.usp.br/rieb/issue/view/5542. Acesso em: 19 set. 2019.

MENESES, Ulpiano T. Bezerra. Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista, Universidade de São Paulo, Nova Série, v. 2, p. 9-42, 1994. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anaismp/v2n1/a02v2n1.pdf. Acesso em: 19 set. 2019.

Museu de Arte Popular. Instituto Feminino da Bahia: Instituto Feminino da Bahia, 1957.

Museu Regional de Arte Antiga. O Imparcial, p. 2, 24 set. 1938.

O Aniversário de uma útil instituição. Exposição de arte e festa de amizade no Instituto Feminino. A Tarde, Salvador, s/p , 01 out. 1941.

O Apostolado do Bem e da Virtude. Como se forma o coração e o espírito da mulher – O Instituto Feminino da Bahia – Seus elogiáveis fins e excelentes programas. O Imparcial, s/p, 13 jun. 1932.

OLIVEIRA, Ana Karina Rocha de. Museologia e Ciência da Informação: distinções e encontro entre áreas a partir da documentação de um conjunto de peças de ‘roupas brancas’. 2009. 133 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação). Escola de Comunicação e Artes/USP, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-27102009-002603/pt-br.php. Acesso em: 19 set. 2019.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso e Texto: formação e circulação de sentidos. Campinas, SP: Pontes, 2001.

ORTIZ, Renato. Românticos e Folcloristas. Cultura Popular. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1992.

PASSOS, Elizete Silva. Henriqueta Catharino. Salvador: EDUFBA/FACED, 2010.

PASSOS, Elizete Silva. Mulheres moralmente fortes. Salvador: Gráfica Santa Helena, 1993.

PEIXOTO, Ana Lúcia Uchoa. O Museu do Traje e do Têxtil. In: Museu do Traje e do Têxtil. Salvador: Fundação Instituto Feminino da Bahia, 2003. p. 11-15.

PEREIRA, Juliano Aparecido. A ação cultural de Lina Bo Bardi na Bahia e no Nordeste (1958-1964). Dissertação (Mestrado em Engenharia). 2001, 305 f. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, 2001.

QUEIRÓZ, Marijara Sousa. Museu, memória e morte. Um estudo a partir da coleção de quadros de cabelos da Fundação do Instituto Feminino da Bahia. 2014, 128 f. Dissertação. (Mestrado em Artes). Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

QUEIRÓZ, Marijara Sousa. De escola para mulheres a museu feminino: o colecionismo de Henriqueta Martins Catharino. In: Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, Florianópolis, Santa Catarina. Anais [eletrônicos] 15º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, Sociedade Brasileira de História das Ciências, 2016. Disponível em: https://www.15snhct.sbhc.org.br/resources/anais/12/1474401190arquivodatosmarijaraadjuntossintitulo02410.pdf. Acesso em: 09 out. 2019

ROMO, Anadelia. Writing Bahian Identity: Crafting New Narratives of Blackness in Salvador, Brazil, 1940-1950. Journal of Latin American Studies, Cambridge University Press, v. 50, n. 4, p. 805-832, 2018.

SANTOS, Jancileide Souza de. Colecionadores e Colecionismo de Arte Popular na Bahia. XI EHA – Encontro de História da Arte. Da percepção à palavra: luz e cor na História da Arte, Campinas, Unicamp, Anais [eletrônicos] Centro de História da Arte e Arqueologia, 2015, p.234-239. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/eha/atas/2015/Jancileide%20Souza%20dos%20Santos%20.pdf . Acesso em: 09 out. 2019.

SILVA, Armando. Álbum de família: a imagem de nós mesmos. São Paulo: Editora Senac SP; Edições SESC-SP, 2008.

SOARES, Lélia Gontijo. Mário de Andrade e o Folclore. In. Departamento de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo 1936-1939. Mário de Andrade e a Sociedade de Etnografia e Folclore. Rio de Janeiro: FUNARTE, Instituto Nacional de Folclore; São Paulo: Secretaria Municipal de Cultura, 1983, p. 7-14.

SOUZA, Jean Costa. “O Culto à Tradição de nossa gente”: a fabricação do Folclore Sergipano em exposições museológicas (1948-1976). 2019. 157 f. Dissertação. Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Culturas Populares, Fundação Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, 2019.

TOURINHO, Antonio C. Estudo sobre o Turismo. Salvador: Imprensa Oficial da Bahia, 1961.

Uma exposição no Instituto Feminino. A Tarde, p. 3, 11 out. 1941.

VALE, Renilda Santos do. Memória da fé: a coleção de paramentos litúrgicos do Museu do Traje e do Têxtil da Fundação Instituto Feminino da Bahia. 2017. 229 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) − Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22657. Acesso em: 05 nov. 2019

VERÓN, Eliseo. Fragmentos de um tecido. São Leopoldo, RS: Editora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2004.

VIEIRA, Claudia Andrade. História das Mulheres: feminismo e política na Bahia. Simões Filho: Editora Kalango, 2015.

VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e missão. O movimento folclórico brasileiro 1974-1964. Rio de Janeiro: Funaerte; Fundação Getúlio Vargas, 1997.

Downloads

Publicado

2020-06-29

Como Citar

CERÁVOLO, S. M. Pistas biográficas de Henriqueta Martins Catharino e a coleção de arte popular do Instituto Feminino da Bahia. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 14, p. 692–708, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p692-708. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7692. Acesso em: 21 nov. 2024.