Por que plangem os sinos? Ressonâncias biográficas e patrimoniais na paisagem sonora da cidade de Goiás

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p524-540

Palavras-chave:

Toques de Sino, Ofício de sineiro, Patrimônio, Cidade de Goiás.

Resumo

Este artigo analisa as ressonâncias biográficas e patrimoniais dos toques de sino e do ofício de sineiro na paisagem sonora da Cidade de Goiás. Evidencia as reelaborações da secular presença dos sinos dos Passos e da Boa Morte no imaginário dos moradores da cidade, a trajetória do sineiro Benedito de “Sá” Efigênia e o modo como ocorre a transmissão do ofício. O objetivo é compreender a ressonância que os sinos produzem no campo do patrimônio local e como mobilizam narrativas biográficas e autobiográficas a partir dos códigos partilhados socialmente. Para tanto, analisa narrativas elaboradas por memorialistas locais, documentos que integram acervos pessoais e depoimentos de agentes que conviveram com os detentores dos saberes em torno dos toques de sino.

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Biografia do Autor

Clovis Carvalho Britto, Universidade de Brasília

Doutor em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa. Professor no curso de Museologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília e no Programa de Pós-Graduação em Museologia da Universidade Federal da Bahia.

Rafael Lino Rosa

Doutor e Mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia. Provedor da Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos da Cidade de Goiás.

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Publicado

2020-06-29

Como Citar

BRITTO, C. C.; ROSA, R. L. Por que plangem os sinos? Ressonâncias biográficas e patrimoniais na paisagem sonora da cidade de Goiás. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 14, p. 524–540, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p524-540. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7617. Acesso em: 22 dez. 2024.