Travestis vivendo com Hiv/Aids e seus determinantes sociais: antes e depois do diagnóstico
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n13.p419-435Palavras-chave:
História Oral, Travestis, Família, Prostituição, HIV/AIDSResumo
Este estudo versa sobre as histórias de vida de duas travestis que vivem com HIV/AIDS e que são acompanhadas pelo Serviço de Assistência Especializado (SAE), setor integrado ao Departamento DST/AIDS vinculado à Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora. O objetivo foi de conhecer seus determinantes sociais, seja no âmbito familiar, econômico, escolar, saúde, entre outros, de modo a identificar a construção do sujeito a partir da vivência e pertencimento a tantos demarcadores de exclusão do humano. Metodologicamente, é um estudo de abordagem qualitativa, construída a partir da correlação de fontes bibliográficas, documentais e empíricas. Para a construção das fontes empíricas utilizamos da história oral temática. Assim como outros estudos na área, evidenciamos o quanto essa população sofre com os diferentes tipos de preconceitos, seja pela proximidade com o universo da prostituição, seja por viver com HIV/AIDS ou pelo fato de serem travestis. Por outro lado, o estudo nos permite afirmar o quanto o serviço de saúde com uma equipe motivada em trabalhar com um olhar mais humano faz a diferença para os/as usuário/as em acompanhamento, assim, partindo do relato das entrevistadas, o SAE/Juiz de Fora emerge como um espaço de respeito às diferenças e a diversidade humana.
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