Entre a mão que escreve e o os olhos que leem: laços familiares e de amizade em escritas epistolares (1903 – 1912/RS)
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2018.v3.n9.p912-929Palavras-chave:
Escritas epistolares. Judaísmo. Acervos pessoais. Cultura escrita.Resumo
A pesquisa situa-se no campo da História da Cultura Escrita, nas interfaces com estudos de acervos pessoais e correspondências epistolares. Investigaram-se cartas enviadas para Abraão Silverston, entre 1903 e 1912, que por ele foram guardadas. Metodologicamente, reuniram-se os documentos, agrupando, de um lado, aqueles que envolvem diretamente os laços familiares, e, em outra perspectiva, examinaram-se as epístolas escritas por seu amigo Franz. A análise contemplou essas categorias: materialidades, protocolos, redes de sociabilidades, produção de sensibilidades, relações de afeição, questões econômicas e culturais pertinentes à sociedade em que se inseriam. No que se refere às correspondências familiares, pode-se dizer que promoveram a expressão de subjetividades movidas por sentimentos de bem-querer que uniam remetentes e signatário. As cartas de Franz também evidenciam a estima que ambos construíram desde a infância, em meio à abordagem de assuntos cotidianos, pelos olhares juvenis do escrevente. Entende-se que esses manuscritos, datados do início do século XX, importavam a seu receptor, que estava longe de suas referências por residir em Porto Alegre. Assim, as epístolas foram merecedoras de cuidado por Abrahão, pois representavam vínculos afetivos, entrelaçados por familiares e amigo, permitindo que ele se mantivesse perto de sua comunidade de origem, apesar da distância.
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