O “eu” idêntico de Lepê Correia e a arte de desenhar-se
DOI:
https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2023.v8.n23.e1135Palavras-chave:
“Eu” Idêntico, Pesquisa (Auto)biográfica, Automedialidad,, Desenhar-se, , EducaçãoResumo
Este artigo objetiva demonstrar como a arte pode se relacionar com a narrativa na construção de uma escrita de si, no espaço do desenho, do conto e da fotografia, reeducando o olhar do indivíduo que se desenha, reconstruindo sua história. Assim, colocando meu corpo como parte essencial da minha experiência, amplio a relação do meu “Eu” Idêntico com outros “eus”, mediado pelas formas que traço, que narro e desenho, dando sentido às histórias da minha vida e dos que me encontram, na medida em que as imagens performam a composição do que me torno, enquanto (auto)biografado, objetivando fortalecer nossas identidades. Desenhos em lápis, nanquim e esferográfica e lápis cera, telas a óleo, e uma imagem fotográfica compõem este trabalho que tem como pano de fundo “Nego Zau”, um conto-crônica, que funciona como espaço-esteira, no qual se desenvolve a trama do artigo em diálogo com o texto da pesquisadora De Oliveira (2021), sobre o trabalho da professora Delory-Momberger, que faz a arte dialogar com o processo (auto)biográfico, através de seu conceito de automedialidad, que carrega o elemento espaço como fundamento para a (auto)biografização.
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