As lições da Ópera de Pequim no Brasil

Do hermetismo à congregação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/pdi.v14n1.p37

Palavras-chave:

Teatro no Brasil. Ópera de Pequim. Recepção teatral. Anos 1950.

Resumo

Encenada no Brasil pela primeira vez em 1956 por uma trupe teatral vinda da recém-estabelecida República Popular da China, a Ópera de Pequim (ou Jingju) ergueu, em ambas as medidas, obstáculos e vias de congregação. Embora a sua cena, determinada por um sistema semiótico bastante particular, tenha se chocado contra a dificuldade de apreensão por bases efetivamente críticas, a sua capacidade histórica de trânsito internacional, em contrapartida, selou um triunfo cultural e diplomático. Este artigo apresenta a trajetória de exportação da teatralidade nos anos seguintes à fundação da República da China, no início do século XX, e o seu posterior uso por representantes do regime de Mao Zedong para a entrada em solo brasileiro, analisando as conturbações imediatas e o acolhimento que os artistas terminaram por conquistar, dos mais extraordinários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Esther Marinho Santana, Universidade de São Paulo - USP

Mestra e Doutora em Teoria e Crítica Literária pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Atualmente, realiza estágio de pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP, tendo sido pesquisadora visitante do Institut de Recherche en Études Théâtrales da Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (processos 2021/08668-7 e 2022/14218-7).

Referências

À L’HÔTEL de Ville. L’Humanité, Paris, 09 jun. 1955, p. 2.

A ÓPERA de Pequim. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 02 ago. 1956, 1º Caderno, p. 13.

A POLÍCIA e a Ópera de Pequim. Última Hora, Rio de Janeiro, 29 ago. 1956, p. 5.

BEIGBEDER, Marc. L’Actualité théâtrale : France. La Revue théâtrale : Revue Internationale du théâtre. Paris, ano 10, n. 31, 1955.

COMPANHIA Ópera de Pequim. Correio Paulistano, São Paulo, 29 ago. 1956, 1º Caderno, p. 3.

CONJUNTO Insuperável! Diz o Ministro Clóvis Salgado. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 1ª quinzena de out. 1956, ano 1, n. 10, p. 17.

DESPEDE-SE a Ópera de Pequim. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 23 set. 1956, p. 8.

DIÁRIO do Catete: Presentes. Última Hora, Rio de Janeiro, 13 set. 1956, p. 3.

DOLBY, William. Early Chinese Plays and Theatre. In: MACKERRAS, Colin (Ed.). Chinese Theatre from Its Origins to the Present Day. Honolulu: University of Hawaii Press, 1988.

GUIMARÃES, Sílvio. Dias de festa – Do Senado ao Maracãzinho. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 1ª quinzena de out. 1956, ano 1, n. 10, p. 19.

GONÇALVES, Delmiro. Ópera de Pequim. Correio Paulistano, São Paulo, 2 out. 1956, 2º Caderno, p. 4.

GUY, Nancy. Peking Opera and Politics In Taiwan. Chicago: University of Illinois Press, 2005.

HUNG, Chang-tai. Mao’s New World: Political Culture In the Early People’s Republic. Ithaca: Cornell University Press, 2011.

JACOBI, Ruggero. Teatro brasileiro, 1956 – Profissionalismo: ascenso e renovação. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 2ª quinzena de dez. 1956 e 1ª quinzena de jan. 1957, p. 28.

JAFA, Van. O negócio é o seguinte: De Pequim, a Ópera, meus senhores… Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 16 set. 1956, Quinto Caderno, p. 1.

JUYIN, Jiao. Spoken Drama: Learning from the Traditional Theatre. In: FEI, Faye Chunfang (Ed). Chinese Theories of Theater and Performance from Confucious to the Present. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2005.

LUMBROSO, Fernand. Mémoires d’un homme de spectacles. Paris: Lieu Commun, 1991.

MACKERRAS, Colin. Theatre and the Masses. In: MACKERRAS, Colin (Ed.). Chinese Theatre from Its Origins to the Present Day. Honolulu: University of Hawaii Press, 1988.

MELLO, Thiago de. A Ópera de Pequim vem aí. Manchete, Rio de Janeiro, 25 ago. 1956 p. 11-13.

MENDES, Murilo. A ópera de Pequim. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 1ª quinzena de set. 1956, ano 1, n. 8, p. 9-10.

NOTA da Embaixada da China. O Globo, Rio de Janeiro, 29 ago. 1956, p. 12.

ÓPERA de Pequim. Diário da Noite, São Paulo, 3 out. 1956, p. 3.

Ópera de Pequim – Teatro clássico da China. Programa do espetáculo no Teatro Municipal, São Paulo, 1956.

OS INTELECTUAIS brasileiros e a Ópera de Pequim. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 1ª quinzena de out. 1956a, ano 1, n. 10, p. 22.

OS INTELECTUAIS brasileiros e a Ópera de Pequim. Para Todos: Quinzenário da cultura brasileira. Rio de Janeiro e São Paulo: 2ª quinzena de out. 1956b, ano 1. n. 11, p. 13.

POLÍTICA Internacional e diplomacia: Penetração comunista no Brasil. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 25 ago. 1956, 1º Caderno, p. 6.

QUÉANT, Giles. Leçons d’un festival. Théâtre du Monde : II Festival International d’Art Dramatique de la Ville de Paris. Paris : Les publications de France, 1956.

RECEPCIONADOS os diretores e artistas da Ópera de Pequim. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 15 set. 1956, p. 2.

RESENHA dos acontecimentos políticos. A Tribuna, São Paulo, 13 set. 1956, p. 4.

ROLSTON, David L. Inscribing Jingju/ Peking Opera: Textualization and Performance, Authorship and Censorship of the “National Drama” of China from the Late Qing to the Present. Leiden: Brill, 2021.

SOB patrocínio de D. Sarah Kubitschek, dia 23, no Maracanãzinho, a Ópera de Pequim vai ao povo. Imprensa Popular, Rio de Janeiro, 13 set. 1956, p. 8.

TALVEZ não seja concedido visto à Companhia de Ópera de Pequim. O Globo, Rio de Janeiro, 27 ago. 1956, p. 2.

The Chinese Classical Theatre. Programa do espetáculo no Theatre Royal Drury Lane, Londres, 1957.

TCHAO, Feng. Qu’est-ce que l’Opéra chinois ? Les Lettres françaises. Paris, 16-23 juin, 1955, p. 1;8.

VEILLÉ d’armes de la Kermesse aux Étoiles. Le Monde, Paris, 11 jun, 1955. https://www.lemonde.fr/archives/article/1955/06/11/veillee-d-armes-de-la-kermesse-aux-etoiles_1958423_1819218.html. Acesso em 10 jul. 2024.

WILCOX, Emily. When Folk Dance was Radical. China Perspectives, French Center for Research on Contemporary China, No. 1, 2020, p. 33-42.

Publicado

2024-10-07

Como Citar

SANTANA, E. M. As lições da Ópera de Pequim no Brasil: Do hermetismo à congregação. Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Laboratório de Edição Fábrica de Letras - UNEB, v. 14, n. 1, p. 37–59, 2024. DOI: 10.30620/pdi.v14n1.p37. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/v14n1p37. Acesso em: 30 dez. 2024.