A memória-afetiva em La novela de mi padre
construções e desconstruções familiares na literatura cubana
DOI :
https://doi.org/10.30620/pdi.v11n2.p21Mots-clés :
La novela de mi padre, Memória afetiva, Autobiografia, Literatura cubanaRésumé
Este artigo apresenta a análise da obra La novela de mi padre (2017), de Eliseo Alberto (1951-2011), jornalista, romancista e um dos principais narradores latino-americanos contemporâneos. Pretendemos mostrar como esse romance é constituído por alguns memoriais do entorno filial, que abarcam a irmã de Alberto, a escritora infanto-juvenil Josefina de Diego (1951), e seus tios, os poetas Cintio Vitier (1921-2009) e Fina Garcia Marruz (1923). Buscaremos sublinhar os paralelismos entre a vida e obra do autor, enfatizando a relação com seu pai, Eliseo Diego (1920-1994), um dos maiores mestres da poesia cubana, expoente literário e pessoal tão significativo que mediatizou o exercício narrativovivencial de Alberto. Tendo por base o texto multifacetado de análise, tentaremos demarcar o papel essencial da lembrança sentimental em Alberto, elucidando o vínculo entre sua escrita e seu núcleo literário filial. O poder imagético do texto de estudo esboça variados intercâmbios textuais que fazem parte tanto de um contexto afetivo-familiar reconhecível do qual decorrem múltiplas possibilidades expressivas. As considerações sobre a memória e o olhar autobiográfico desenvolvidas na atual investigação serão fundamentadas, principalmente, no pensamento de Bachelard (1993) Halbawchs (1990, 2004), Weimer (2008) e Arfuch (2013, 2014, 2016). Observamos que as construções e desconstruções afetivas de Eliseo Alberto definem suas bases ideológicas e revelam, ao mesmo tempo, um dos conjuntos familiares literários mais significativos de Cuba até hoje.
[Recebido em: 29 jul. 2021 – Aceito em: 30 out. 2021]
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