A sátira como poética no conto Um telefonema, de Dorothy Parker

um retrato da dependência emocional obsediante da mulher

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30620/pdi.v13n1.p221

Palabras clave:

Papéis de gênero, Sofrimento psíquico, Dependência emocional

Resumen

Com base nos estudos de gênero e na teoria sociológica, realizamos neste artigo uma análise e estudo comparado do conto Um telefonema de Dorothy Parker (2020) e de sua transposição audiovisual de mesmo nome (REDEMOINHO, 2021). Para além das divergências e similitudes entre ambos, exploramos de que modo os papéis de gênero historicamente construídos e reproduzidos afetam e oprimem a personagem protagonista a ponto de levá-la a um estado emocional obsediante enquanto está à espera de um telefonema, observado em seu monólogo interior que tende ao dramático. O respaldo teórico se deu nos estudos sobre dispositivos de gênero (ZANELLO, 2018), no conceito de tecnologia de gênero (LAURETIS, 2019) e seus exemplos (DEL PRIORE, 2005), assim como nos processos de interação social gendrados, habitus e scripts (DIMEN, 1988; BOURDIEU, 1983; ZANELLO, 2018). Concluímos a presença da simultaneidade do tema do conflito interno do que ela quer como sujeito ontológico e do que ela deveria performar como mulher, ou seja, estar à deriva, à espera e passiva, independentemente da sua vontade e desejo.

[Recebido em: 28 mar. 2023 – Aceito em: 10 jun. 2023]

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Publicado

2023-08-13

Cómo citar

SERGEL, C.; GUDINO, M. E. C. B.; OLIVEIRA, V. B. de M. A sátira como poética no conto Um telefonema, de Dorothy Parker: um retrato da dependência emocional obsediante da mulher. Pontos de Interrogação – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Laboratório de Edição Fábrica de Letras - UNEB, v. 13, n. 1, p. 221–237, 2023. DOI: 10.30620/pdi.v13n1.p221. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/v13n1p221. Acesso em: 21 nov. 2024.