PERFIL ETNOBOTÂNICO E IMPACTOS AMBIENTAIS ANTRÓPICOS NA COMUNIDADE RURAL SALINA, EM CAMPO MAIOR – PI
DOI:
https://doi.org/10.59360/ouricuri.vol4.i1.a6481Palavras-chave:
Etnobotânica, Impactos, Fitoterapia.Resumo
A etnobotânica, ao estudar a interação homem e flora, revela aspectos para além das relações biológicas tradicionais e rígidas. Expõe também uma complexidade de relações que se interligam em vários níveis físico-químicos, interdependência e afetividade entre o homem e meio ambiente. O presente estudo enobiológico ocorreu na comunidade rural Salina, na zona rural de Campo Maior, Piauí. A metodologia combinou aspectos qualitativos e quantitativos na execução das seguintes etapas: levantamento socioeconômico da comunidade, ecologia da área pesquisada, aplicação de questionários semiestruturados, classificação taxonômica da flora terapêutica e avaliação dos impactos antrópicos no ecossistema. As atividades econômicas desenvolvidas foram aagricultura (mandioca, milho e feijão) e criação de porco e galinha. Os moradores demonstraram uma boa compreensão do funcionamento dos ecossistemas onde estão inseridos (85% dos entrevistados), embora existam impactos antrópicos que afetam a atividade econômica-extrativista e resultam em uma diminuição na qualidade de vida. Isso faz com que a maioria dos moradores complemente sua renda através de programas sociais do governo. Os principais impactos relatados foram o desmatamento (75%), queimadas (15%) e caça indiscriminada (10%). Foram citadas 12 plantas medicinais utilizadas para fazer “garrafadas” (remédios fitoterápicos) contra gripe e inflamações: Marmeleiro, Imburana, Pau D´arco, Açoita-cavalo, Sucupira, Boldo baiano, Jenipapo, Caroba, Alecrim, Cajuí-do-cerrado, Velame-branco e Carnaúba. Fazse necessário o estudo etnobotânico da comunidade como forma de se registrar os costumes e a tradição, conhecer melhor a relação homem e natureza para além da rigidez científica, preservando assim o meio ambiente rumo a um desenvolvimento sustentável.Downloads
Referências
Albuquerque, u. p., Lucena, r. f. p., Alencar, N. L. 2008. Métodos e técnicas para coleta de dados etnobotânicos. Pp. 41-72. In: Albuquerque, U. P., Lucena, R. F. P., Cunha, L. V. F. C. (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobotânica. 2 ed. Recife: COMUNIGRAF.
Alexiades. M.N. 1996. Collecting ethnobotanical data: na introduction to basic concepts and techinques. The New York Botanic Garden.
Amorozo, M. C. M. 2002. A perspectiva etnobotânica e a conservação de biodiversidade. In: Congresso da Sociedade Botânica de São Paulo, XIV, Rio Claro: UNESP.
Amorozo, M. C. M.; Mingg, L. C.; Silva, S. M. P. (Ed.). 2002. Métodos de coleta e análise de dados em etnobiologia, etnoecologia e disciplinas correlatas. UNESP/CNPq, Rio Claro, Brasil.
____________. 2007. Construindo a sustentabilidade: biodiversidade em paisagens agrícolas e a contribuição da Etnobiologia. In: Albuquerque, U. P; Alves, A. G. C; Araújo, T. A. S. (Orgs). Povos e paisagens: Etnobiologia, etnoecologia e biodiversidade no Brasil.– Recife: NUPPEEA/UFRPE.
Cronquist. A. 1988. The evolution and classification of flowering plants. The New York Botanic Garden.
Farias, R. R. S. 2003. Florística e fitossociologia em trechos de vegetação do Complexo de Campo Maior, Campo Maior, Piauí. 2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
Franco, E.A.P.; Barros, R.F.M.; Araújo, J.L.L. 2007. Uso e diversidade de plantas do cerrado utilizadas pelos quilombolas de Olho D´água dos Pires, Esperantina, Piauí, p. 247-270, 2007.In: Lopes, W.G.R.; Araújo, J.L.L.; Moita Neto, J.M.; Barros, R.F.M. (Orgs.). Cerrado piauiense: uma visão multidisciplinar. Teresina: EDUFPI, (Série Desenvolvimento e Meio Ambiente).
Fernandes, A. 2003. Conexões florísticas do Brasil. – Fortaleza: Banco do Nordeste.
Ghedini. P.C. Corigoni, P. A.; Almeida, C. E.; Ethur, A. B. M.; Lopes, A. A. v.; Záchia, R. A. 2002. Levantamento de dados sobre plantas medicinais de uso popular no município de são joão do polêsine, RS: emprego de preparações caseiras de uso medicinal. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, sp; v. 5, n. 1,
IBGE. 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Aspectos físicos de Campo Maior.
Jacobi, P. 2006. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118.
Oliveira, F.C. et al. 2009. Avanços nas pesquisas etnobotânicas no Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.23, nº 2.
Pessoa, M.P. 2010. Etnobotânica de comunidades rurais da Serra de Campo Maior – Piauí, Brasil / Maria Pessoa Silva. – 2010. 171 f. Dissertação (Mestrado) – Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Piauí – UFPI.
Reis, Juscelino. Acervo eletrônico de fotografias do Piauí. Disponível em http://olhares.uol.com.br/juscelreis/ . Acesso em Janeiro de 2014.
Rocha-Coelho, F. B. 2009. O uso das plantas no cotidiano da comunidade quilombola Kalunga do Mimoso – Tocantins: um estudo Etnobotânico. Dissertação (Programa de Mestrado em Ciências do Ambiente) PGCiamb, Universidade Federal do Tocantins.
United nations (UN). 2004. World population prospects: the 2004 revision. Population Database. Disponível em http:/esa.un.org/unpp/p2k0data.asp . Acesso em 20/04/2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista Ouricuri

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores(as) que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores(as) mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. (Veja O Efeito do Acesso Livre).