O real e a fantasia na assunção da identidade quilombola

Autores

  • Arleide Farias de Santana Universidade do Estado da Bahia - UNEB

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v2n1.p131

Palavras-chave:

Quilombo, Cultura, Religiosidade, Prejuizo

Resumo

Este artigo é uma análise da caracterização cultural nos eventos da festa realizada no Buri, no município de Pedrão/BA em comemoração ao seu reconhecimento como comunidade quilombola, junto à Fundação Cultural Palmares, a partir de uma assunção prévia da identidade quilombola, que se reveste de uma lira imaginativa capaz de recriar um espaço romantizado a serviço das necessidades presentes de quem as evoca. No âmbito de uma valorização da identidade quilombola revistada no limite entre o que se tem/é e o que “deseja-se” conseguir/ser, surge ou “inventa-se” a figura arquetípica do quilombola, o guerreiro negro que resistiu tenazmente à escravidão consciente de sua humanidade, de sua negritude e do seu direito à cidadania. Nesse sentido, esta comunicação traz uma comparação entre o real e a fantasia que ocorre em muitas comunidades como forma de qualificá-las como quilombolas. Autores tais como: Stuart Hall, Franz Boas, Abdias Nascimento, Marilena Chauí serão o aporte desta reflexão.

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Biografia do Autor

Arleide Farias de Santana, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Crítica Cultural da UNEB, Alagoinhas-BA, pesquisa “Terra de Negro na Comunidade do Buri: Territorialidade e Resistência”. Interesse em cultura, arte, cinema, teatro, política e tudo que estiver relacionado à História e Literatura afro-brasileira.

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Publicado

2017-02-13

Como Citar

SANTANA, A. F. de. O real e a fantasia na assunção da identidade quilombola. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 2, n. 1, p. 131–157, 2017. DOI: 10.30620/gz.v2n1.p131. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/3259. Acesso em: 24 abr. 2024.