“O meu destino é o Acre. Aquilo é uma terra santa”: Amazônia, terra prometida?
DOI :
https://doi.org/10.30620/gz.v2n2.p105Mots-clés :
Migração, Igreja, Estado, ReligiosidadeRésumé
O processo migratório de trabalhadores do nordeste do Brasil, sobremaneira do Ceará, para a região amazônica, ainda é um processo de nossa recente história social a ser mais bem compreendido. Uma boa abertura para estudar esse recrutamento de mão-de-obra para o Norte é tentar delinear as relações estabelecidas entre o binômio, Igreja Católica e Estado, a fim de entender em que medida tal articulação cumpriu papel de levantar homens/soldados para o combate numa nova frente que se abria no Brasil, o front da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial. Portanto, buscase analisar as razões que motivaram tantos trabalhadores a migrarem para a Amazônia, momento em que foi institucionalizada uma política da crença, uma operação sobre a fé e o imaginário social dos mobilizados, no qual indivíduos desvalidos de toda sorte poderiam projetar imagens de um lugar quase messianicamente esperado.
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