O canto do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) de Inhambupe

uma literatura para além das letras

Autores

  • Sandra Carvalho Cruz Universidade do Estado da Bahia - UNEB

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v6n2.p99

Palavras-chave:

Canto do MMTR de Inhambupe, Literatura oral, Letramento

Resumo

Neste artigo, buscamos refletir sobre o potencial político, cultural e literário dos cantos do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) de Inhambupe, enquanto poética oral, produzida e divulgada por mulheres que trabalham na roça. Para tanto, lemos e relemos os cantos produzidos/entoados pelas integrantes do Movimento, lemos as performances das apresentações culturais realizadas no dia oito de março de 2018, analisamos muitas cenas e discursos flagrados nesse dia. Utilizamos como referencial teórico Edil Costa, Ari Lima, Hampaté Bâ, Espino Gonzalo, Jerusa Pires, Jonathan Culler, Ângela B. Kleiman, Brian Street, entre outros. Por meio desse estudo percebemos que a literatura oral tanto quanto a escrita apresenta grande potencial literária, que os sons, o ritmo, as cores, os gestos também compõem a poética da voz e que o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) de Inhambupe agencia letramentos, não apenas entre as integrantes do Movimento, mas também para o público leitor/ouvinte.

[Recebido: 31 out. 2017 – Aceito: 4 dez. 2018]

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Biografia do Autor

Sandra Carvalho Cruz, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (2009).

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Publicado

2018-12-19

Como Citar

CRUZ, S. C. O canto do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR) de Inhambupe: uma literatura para além das letras. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 6, n. 2, p. 99–131, 2018. DOI: 10.30620/gz.v6n2.p99. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/6098. Acesso em: 28 mar. 2024.