Questionando alguns argumentos-base que sustentam um tipo de discurso humorístico politicamente incorreto

Autores/as

  • Mateus Pranzetti Paul GRUDA Universidade Estadual Paulista - UNESP

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v1n1.p303

Palabras clave:

Humor, Politicamente incorreto, Piadas, Liberdade de expressão

Resumen

 O discurso humorístico e seus mecanismos de funcionamento estão altamente difundidos nas mais diversas práticas e discursos correntes (propaganda, jornalismo, meio político, entre tantos outros). Dentre suas manifestações particulares, o tipo de humor tido como mais transgressivo é aquele vinculado ao chamado politicamente incorreto, o qual, em tese, não faria concessões ou respeitaria quaisquer dos limites impostos pelo corpo social. Entretanto, propomos neste artigo uma clivagem entre um humorismo politicamente incorreto acrítico e um humorismo politicamente incorreto crítico, refletindo mais atentamente acerca da primeira categoria, a qual se assenta, principalmente, sob os argumentos de que "piadas são só piadas" e de que a liberdade de expressão é alguma coisa de caráter completamente ilimitado.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Mateus Pranzetti Paul GRUDA, Universidade Estadual Paulista - UNESP

Bacharel, Mestre e doutorando em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Campus de Assis/SP/BR. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Citas

ALBERTI, Verena. O riso e o risível: na história do pensamento. Rio de Janeiro: Zahar, Fundação Getúlio Vargas, 1999.

BENTO, António. A língua da «correcção política». In: SERRA, P. (Org.); FERREIRA, I. (org.). Retórica e mediatização: da escrita à internet. Covilhã: LabCom; Universidade da Beira Interior, 2008.

BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman. Uma história cultural do humor. Trad. Cynthia Azevedo e Paulo Soares. Rio de Janeiro: Record, 2000.

CONVERSA AFIADA com Paulo Henrique Amorim. Disponível em: http://www.conversaafiada.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.

FREUD, Sigmund. Os Chistes e sua Relação com o inconsciente (1905). In: Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Vol. VIII. Trad. Margarida Salomão. 2ed. Rio de Janeiro: Imago, 1995.

GEIER, Manfred. Do que riem as pessoas inteligentes?: Uma pequena filosofia do humor. Trad. André Delmonte e Kristina Michahelles. Rio de Janeiro: Record, 2011.

GOHN, Maria da Gloria Marcondes. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 16, n. 47, p. 333­-362, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n47/v16n47a05.pdf. Acesso em: 04 dez. 2012.

GRUDA, Mateus Pranzetti Paul. O discurso do politicamente incorreto e do escracho em South Park. 2011. 127 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) ­ Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2011.

MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em Análise do Discurso. Trad. Freda Indursky. 3ed. Campinas, SP: Pontes, 1997.

MEZAN, Renato. Freud: a trama dos conceitos. 4ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.

MINOIS, George. História do riso e do escárnio. Trad. Maria Elena O. Ortiz Assumpção. São Paulo: Ed. da UNESP, 2003.

NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. São Paulo: Leya Brasil, 2009.

NEWTON, Isaac. Principia - livro 1: princípios matemáticos de filosofia natural. Trad. Trieste Ricci et al. São Paulo: EDUSP, 2002.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. 2ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso - Princípios & Procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 1999.

O RISO dos outros. Direção: Pedro Arantes. Produção: Angelo Ravazi e Ricardo Monastier. São Paulo: Massa Real, 2012. Documentário online (52 min), son., color. Documentário vencedor do 1º concurso de documentários da TV Câmara promovido pela Câmara dos deputados. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=LTxtEZGp58g. Acesso em: 06 dez. 2012.

PÊCHEUX, Michel. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 3ed. Trad. Eni Pulcinelli Orlandi et al. Campinas, SP: Ed. da UNICAMP, 1997.

PINTO, Ziraldo Alves. Ninguém entende de humor. Revista Vozes de Cultura, n. 3, v. 64, Petrópolis, p. 21­37, 1970.

POSSENTI, Sírio. A linguagem politicamente correta e a análise do discurso. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 3, n. 2, p. 125-­142, 1995. Disponível em: http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/viewFile/1016/1127. Acesso em: 20 out. 2012.

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises lingüísticas de piadas. 4ed. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2005.

POSSENTI, Sírio. Humor, língua e discurso. São Paulo: Contexto, 2010.

QUEIROZ, Antônio Carlos. Como é difícil quebrar preconceitos. Observatório da Imprensa, ano 10, n. 328, 10 maio. 2005b. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=328IPB007. Acesso em: 12 dez. 2012.

RIBEIRO, João Ubaldo. Politicamente correto: linguagem e delírio autoritário. Observatório da Imprensa, ano 10, n. 327, 03 maio 2005. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=327IPB004. Acesso em:13 dez. 2012.

RIBEIRO, Renato Janine. Grandeza e miséria do "politicamente correto". In: ______. A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 26­44.

SAFATLE, Vladimir. Cinismo e falência da crítica. São Paulo: Boitempo, 2008.

SLOTERDIJK, Peter. Crítica da razão cínica. Trad. Marcos Casanova et al. São Paulo: Estação Liberdade, 2012.

SANTOS, Boaventura de Souza. Uma concepção multicultural dos direitos humanos. Lua Nova, São Paulo, n. 39, p. 105­-124, 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102­64451997000100007&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 29 dez. 2012.

SILVA, Paulo José Carvalho da; BEER, Paulo Antonio de Campos. Sobre o cinismo em um tempo de identificações irônicas. Trivum, Rio de Janeiro, n. 1, v. 3, 2011, p. 84-­98. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176­48912011000100009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 dez. 2012.

UNIC Rio. Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil. Declaração Universaldos Direitos Humanos, Rio de Janeiro, dez. 2000. Disponível em: http://unicrio.org.br/img/DeclU_D_HumanosVersoInternet.pdf. Acesso em: 05 dez. 2012.

ŽIŽEK, Slavoj. Cinismo e objeto totalitário. In:______. Eles não sabem o que fazem: o sublime objeto da ideologia. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 1992, p. 59­-73.

ŽIŽEK, Slavoj. Como Marx inventou o sintoma?. In:______(org.). Um mapa da Ideologia. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contra-ponto, 1996, p. 297-­332.

ŽIŽEK, Slavoj. Contra os direitos humanos. Mediações, Londrina, n. 1, v. 15, 2010, p. 11-­29. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/6541/5947. Acesso em: 05 dez. 2012.

Publicado

2016-04-11

Cómo citar

GRUDA, M. P. P. Questionando alguns argumentos-base que sustentam um tipo de discurso humorístico politicamente incorreto. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 1, n. 1, p. 303–322, 2016. DOI: 10.30620/gz.v1n1.p303. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/2229. Acesso em: 22 nov. 2024.