Dialeto Pajubá
marca identitária da comunidade LGBTQIA+
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v9n2.p67Keywords:
Pajubá, Marcas de identidade, Desconstrução, ResistênciaAbstract
O presente estudo traz como tema uma discussão sobre língua e identidade, com foco no dialeto pajubá falado pelo grupo LGBTQIA +. Ancorando-se na seguinte indagação: como o pajubá, corrobora na construção das marcas identitárias dos seus falantes; com a finalidade de compreender o pajubá como dialeto colaborador na construção das marcas de identidades dos falantes. Justificando-se, pela necessidade de averiguar como uma comunidade de fala, constrói suas marcas identitárias a partir da linguagem utilizada. Para embasar a pesquisa, foram utilizados teóricos como Kathryn Woodward (2000), e Stuart Hall (2006), que abordam o tema identidade na pós-modernidade e teóricas que discorrem sobre a principal fonte do pajubá, o Iorubá: Castro (2005) e Alves (2017), que tratam da presença das Línguas Africanas no Brasil. A metodologia utilizada foi a qualitativa com caráter exploratório visando à necessidade de se ter mais pesquisas sobre comunidades de fala como a LGBTQIA+. Utiliza-se também a pesquisa-ação que visa a mudança nas atitudes, pois acredita-se que, assim, poderá ser dada uma visibilidade acadêmica a esta comunidade que, ainda, sofre com preconceito e violência. Com as interpretações feitas, percebe-se que os sujeitos da pesquisa consideram que o pajubá é uma marca identitária da comunidade; é uma expressão própria do grupo que os diferenciam de outras comunidades de fala. Este estudo é de suma importância, pois, ainda, há pouco estudo na área e se faz necessária a investigação de diferentes dialetos dentro do Brasil para entender os contextos de línguas no Brasil.
[Recebido: 14 jun. 2021 – Aceito: 10 out. 2021]
Downloads
References
ALVES, Maria Rosa Almeida. A tradição oral na construção da identidade afro-brasileira nos terreiros bandalecongo e unzó congo mutalenguzo em Juazeiro-BA. 2017. 140 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Educação, Cultura e Territórios Semiáridos. Departamento de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos – Ppgesa/Uneb, Juazeiro, 2017.
ALVES, Maria Rosa Almeida; MARQUES, Dr Juracy. Africanidade e identidade yorubá nos terreiros do sertão: a força da tradição oral. Revista de Educação do Vale do São Francisco-REVASF, v. 6, n. 10, p. 65-74, 2017.
AUGUSTTA GOMES, Regina. Dicionário Yorubá/Português. 5. ed. [S. l.]: Umbanda-candomblé, 2017. Disponível em: http://umbanda-candomble.comunidades.net. Acesso em: 10 maio 2021.
BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2008.
BARBIER, René. A pesquisa-ação. Trad. Lucie Didio. Brasília: Liber Livro, 2004.
CASTRO, Yeda Pessoa de. A influência das línguas africanas no português brasileiro. In: Secretaria Municipal de Educação – Prefeitura da Cidade do Salvador (Org.). Pasta de textos da professora e do professor. Salvador: Secretaria Municipal de Educação, 2005.
CEZARIO, Maria Maura; VOTRE, Sebastião Josué. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
GORSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuhl. Variação linguística e ensino de gramática. Working Papers em Linguística, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 73-91, fev. 2010.
GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de Gênero e Sexualidade. Antropologia em Primeira Mão, n. 24, Florianópolis, PPGAS/UFSC, 1998.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
MIKHAIL MIKHAILOVICH, Bakhtin. Estética da criação verbal. 6. ed. São Paulo: WMF Martins, 2011. 512p.
MILES, Matthew B.; HUBERMAN, A. Michael. Drawing valid meaning from qualitative data: Toward a shared craft. Educational researcher, v. 13, n. 5, p. 20-30, 1984.
MIOTELLO, Valdemir. Ideologia. In: BETH BRAIT. Bakhtin: conceitos-chaves. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
MORESI, Eduardo. Metodologia da Pesquisa. Pró-reitora de Pós-graduação. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação. MORESI, Eduardo (Org.). Brasília – DF. 2003. Disponível em: http://www.inf.ufes.br/~falbo/files/MetodologiaPesquisaMoresi2003.pdf. Acesso em: 6 jul. 2020.
NASCIMENTO, Taiane Flôres do; COSTA, Benhur Pinós da. O terreiro de religiões de matriz africana como espaço marginal e possível à vivência de pessoas travestis. Caderno Prudentino de Geografia, v. 3, n. 41, p. 25-36, 2019.
NETTO JUNIOR, Neurivan Gonçalves. O percurso semântico de alguns vocábulos do pajubá: gírias faladas pelas bichas. 2018. 17 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras – Português) – Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
POSSENTI, Sírio. Por que não ensinar gramática na escola. 6 ed. São Paulo: Mercado de letras, 1996.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. São Paulo: Jandaia, 2020.
VIP, Ângelo; LIBI, Fred. Aurélia, a dicionária da língua afiada. São Paulo: Editora do Bispo, 2006.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: Tomaz Tadeu SILVA (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2021 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.