Os Munduruku, os Wai Wai e o português acadêmico
uma conversa sobre dificuldades, superações e ações afirmativas linguísticas
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v11n1.p23Palavras-chave:
Português indígena, Português acadêmico, Ações afirmativas linguísticas na universidade, Graduandos Munduruku e Wai WaiResumo
Apresentamos, neste trabalho, os resultados de uma pesquisa sobre os desafios relacionados ao português acadêmico que impactam a permanência de graduandos Munduruku e Wai Wai na Universidade Federal do Oeste do Pará assim como as estratégias que usam/usaram para driblar os problemas a fim de atenderem às práticas de letramento exigidas neste ambiente. Os dados que serviram de base para descrição e reflexão sobre o tema foram obtidos por meio de entrevistas junto a quatro estudantes de cada povo. A análise do conteúdo de suas falas mostra que, além de falantes de suas línguas maternas, têm fluência na língua portuguesa, mas manifestam dificuldades para interagir na variedade português acadêmico. Apesar disso, são resistentes, resilientes e ativos: adotam diversas alternativas para permanecer na universidade e apontam ações que a instituição poderia adotar para melhorar sua interação comunicativa.
Downloads
Referências
AMADO, R. S. O Português étnico dos povos Timbira. São Paulo: PAPIA, 2015, p. 103-119.
BRASIL. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12288.htm. Acesso em: 06/01/2023.
CAIXETA DE QUEIROZ, R. C. de. Cosmologia e história Wai Wai e katxuyana: sobre os movimentos de fusão e dispersão dos povos (Yana). In: GRUPIONI, D. F. . (Org.). Entre águas bravas e mansas: índios e quilombolas em Oriximiná. São Paulo: Comissão Pró- índio de São Paulo; Iepé, 2015.
CARNEIRO; D. de S.; CORRÊA, C. Raízes do preconceito. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=E_viKGQRw-g&t=39s. Acesso em: 06/01/2023.
[Documentário]
COLARES, P. de M.; CARNEIRO, D. de S. Pensar uma universidade com povos indígenas: reflexões sobre a experiência da formação básica indígena/UFOPA. In: Políticas, concepções e práticas de ação afirmativa: reflexões a partir de uma universidade Amazônica. Brasília: Rosivan Diagrama & Artes Gráficas, 2021, p. 92-119.
GORETE NETO, M. Português-indígena vs Português-acadêmico: as licenciaturas indígenas e o desafio de ensinar línguas. In: Ensino de Português em comunidades indígenas (1ª e 2ª língua). 1 ed. Campinas, SP: Editora Curt Nimuendajú, 2013, p. 128-140.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estatística da Educação Superior 2018. Brasília: Inep, 2019.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA). Povos indígenas no Brasil: Munduruku. 2017. Disponível em: https://indios.org.br/pt/Povo:Munduruku#Nome_e_I.C3.ADngua>. Acesso em: 01/01/2023.
JACOMÉ, C.; HARAYAMA, R. Os povos da região do Trombetas na UFOPA. In: Políticas, concepções e práticas de ação afirmativa: reflexões a partir de uma universidade Amazônica. Brasília: Rosivan Diagrama & Artes Gráficas, 2021, p. 64-92.
MAHER, T. M. Formação de professores indígenas: uma discussão introdutória. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2006, p. 11-37.
MAHER, T. M. O ensino de Língua Portuguesa nas escolas indígenas. Em Aberto. Brasília, 1994, p.69-77.
NUNES, E. S. et al. Laboratório de textos: sobre a experiência de acompanhamento de estudantes indígenas e quilombolas no âmbito do programa de antropologia e arqueologia - ICS/UFOPA. In: Políticas, concepções e práticas de ação afirmativa: reflexões a partir de uma universidade Amazônica. Brasília: Rosivan Diagrama & Artes Gráficas, 2021, p.119143.
PALADINO, M. Algumas notas para a discussão sobre a situação de acesso e permanência dos povos indígenas na educação superior (org.). Práxis Educativa, vol. 7, Dez. 2012, Universidade Estadual de Ponta Grossa/Paraná.
ROCHA, B. C. da.; TORRES, M.; MOREIRA, F. C. Histórias entrelaçadas: Indígenas, beiradeiros e colonos acima das cachoeiras do Tapajós. In: Políticas, concepções e práticas de ação afirmativa: reflexões a partir de uma universidade Amazônica. Brasília: Rosivan Diagrama & Artes Gráficas, 2021, p. 41-64.
RODRIGUES, A. D. Línguas brasileiras. Para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Loyola, 1986.
RODRIGUES, M. L.; LIMENA, M. M. C. (Orgs). Metodologias multidimensionais em Ciências Humanas. Brasília: Líber Livros Editora, 2006. 175p.
STREET, B. V. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2014.
WALSH, C. Interculturalidad y (de)colonialidad. Perspectivas críticas y políticas: Visão Global, Joaçaba, v. 15, n. 1-2, p. 61-74, jan./dez. 2012.
WILSON, V. Motivações Pragmáticas. In.: Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.