Protagonismo epistemológico indígena
modos de articulação, organização e legitimação na luta pelos direitos originários no contexto da Ditadura Civil-Militar
DOI:
https://doi.org/10.30620/gz.v11n1.p115Palavras-chave:
Ditadura civil-militar, Modos de Articulação, Movimento Pan-indígena, ResistênciaResumo
É inegável que o período da ditadura civil-militar representa muito mais que uma lombada no percurso histórico brasileiro, pois a violência cometida contra os povos indígenas é a marca que permanece na lógica de diversas subjetividades originárias e, infelizmente, ainda largamente desconhecida pela maior parte da população. O debate crítico contemporâneo tem tomado para si a tarefa de refletir a respeito dos apagamentos e silenciamentos vivenciados pelos povos originários em um momento extremamente complexo e obscuro: o regime militar. Contudo, o objetivo aqui não é aprofundar apontamentos sobre o esbulho, a usurpação de terras, a negação das culturas ou o genocídio que os acometeu, mas apresentar um panorama acerca de como os grupos indígenas começaram a se organizar, articulando diversas regiões e etnias, iniciando uma mobilização de cunho nacional, tornando-se um movimento pan-indígena, com um caráter educativo, por resgatar e ressignificar a formação da consciência dos povos indígenas, criando uma nova lógica de autonomia e autodeterminação nos seus modos de ser e de viver.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Aline & FREIRE, Gabriela. 2016. Sociedade contra o Estado - Pierre Clastres. In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia. Disponível em: http://ea.fflch.usp. br/conceito/sociedade-contra-o-estado-pierre-clastres. Acesso em: 03 jan. 2023.
BANIWA, Gersem. A conquista da cidadania indígena e o fantasma da tutela no Brasil contemporâneo. In: RAMOS, Alcida Rita (Org.). Constituições nacionais e povos indígenas. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
BRIGHENTI, Clovis Antônio. O movimento indígena no Brasil. In: WITTMANN, Luisa Tombini (Org.). Ensino de história indígena. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. (Coleção Práticas Docentes). p. 43-79.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o estado. Trad.: Theo Santiago. 1974.
DISCURSO proferido por Marçal de Souza, Guarani, na sacada do palácio episcopal de Manaus. Boletim do Cimi, Brasília, v. 9, n. 65, jul. 1980.
DOCUMENTO ao presidente da Funai. Ruínas de São Miguel, RS, 19 de abril de 1977. Boletim do Cimi, Brasília, v. 6, n. 38, jun. 1977.
MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro: 1970-1990. São Paulo: Paulinas, 2012. Coleção Educação em Foco. Série educação, história e cultura.
SANTILLI, Márcio. Os direitos indígenas na Constituição brasileira. In: Povos Indígenas no Brasil. São Paulo: CEDI. P: 11-14. 1991.
SANTOS, Osmar Moreira dos. A luta desarmada dos subalternos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2016.
SCHWADE, Egydio. Nas assembleias, os povos indígenas se afirmam: narrativas e testemunho de Egydio Schwade. In: O movimento indígena no Brasil: da tutela ao protagonismo (1974 -1988) / Clovis Antonio Brighenti (Org.), Egon Dionisio Heck (Org.). Foz do Iguaçu: EDUNILA, 2021.
SIMÕES, Maria Cecília dos Santos Ribeiro. O Conselho Indigenista Missionário - CIMI e a militância no catolicismo engajado. Sacrilegens, Juiz de Fora, v. 13, n.1, p. 58-76, jan-jun/2016 - M. Simões – Disponível em: http://www.ufjf.br/sacrilegens/files/2017/04/13-1-5.pdf. Acesso em: 26 dez. 2022.
SIMÕES, Maria Cecília dos Santos Ribeiro. Relatório da Comissão Nacional da Verdade; v.2: textos temáticos / Violações de direitos humanos dos povos indígenas. Brasília: CNV, 2014. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/Volume%202%20%20Texto%205.pdf.
VALENTE, Rubens. Agonia e extinção do Serviço de Proteção aos Índios no regime militar. CAMPOS, v.20, n.2, p. 37-58, jul – dez.2019. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/campos/article/view/70055/pdf. Acesso em: 23 out 2022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte termo de compromisso:
Assumindo a criação original do texto proposto, declaro conceder à Grau Zero o direito de primeira publicação, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License, e permitindo sua reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares. Em contrapartida, disponho de autorização da revista para assumir contratos adicionais para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada, bem como permissão para publicar e distribuí-lo em repositórios ou páginas pessoais após o processo editorial, aumentando, com isso, seu impacto e citação.