O ministério da cultura de Gilberto Gil e a noção de cultura da tropicália

Autores

  • Paula Oliveira Campos Augusto Universidade Federal da Bahia - UFBA

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v2n1.p101

Palavras-chave:

Tropicália, Políticas Culturais, Ministério da Cultura, Gilberto Gil

Resumo

Este trabalho trata da atualização da Tropicália no campo das políticas culturais com a chegada de Gilberto Gil ao Ministério da Cultura, em 2003. A partir da recuperação de uma identidade tropicalista em sua postura pública, o músico-gestor fez emergir reflexões sobre uma “maneira tropicalista” de pensar a cultura. Desse modo, pretende-se compreender quais elementos presentes na gestão de Gilberto Gil indicam uma sobrevivência da Tropicália na contemporaneidade. Sem perder de vista a instabilidade semântica dessa manifestação artística e cultural brasileira, prefere-se o caminho que aponta para o caráter de ruptura desse signo. Percebe-se, enfim, nesta abordagem, uma noção de cultura que leva em conta o digital, a criatividade da multidão, a diferença, e que, além disso, põe em xeque o modelo hegemônico e unívoco de Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Oliveira Campos Augusto, Universidade Federal da Bahia - UFBA

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua nas seguintes subáreas: Literatura Brasileira, Literatura Comparada, Crítica Literária, Crítica Cultural e Música Popular Brasileira.

Referências

AVELAR, Idelber. O PT e a política cultural de esquerda no Brasil: uma história acidentada, 2011. Disponível em: http://www.substantivoplural.com.br/o-pt-e-a-politica-cultural-de-esquerda-no-brasil-uma-historia-acidentada. Acesso em: mar. 2014.

BASUALDO, Carlos. Vanguarda, cultura popular e indústria cultural no Brasil. In: BASUALDO, Carlos (Org.). Tropicalia: uma revolução na cultura brasileira. São Paulo: Cosac Naify, 2007, p. 11-28.

BROWN, Nicholas. Tropicália, pós-modernismo e a subsunção real do trabalho sob o capital. In: CEVASCO, Maria Elisa; OHATA, Milton (Org.). Um crítico na periferia do capitalismo: reflexões sobre a obra de Roberto Schwarz. São Paulo: Cia das Letras, 2007.

CAMPOS, Augusto de. Balanço da bossa e outras bossas. 2. ed. revista e ampliada. São Paulo: Perspectiva, 1974.

CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Trad. Heloísa Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente: história da arte e tempo dos fantasmas segundo AbyWarburg. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

FAVARETTO, Celso. Tropicália, alegoria, alegria. 4. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007.

FUTURO do Pretérito: Tropicalismo Now! Direção: Ninho Moraes, Francisco Cesar Filho. Produção: Lili Bandeira. Intérpretes: Alice Braga; Gero Camilo; Helena Albergaria e outros. Roteiro: Ninho Moraes. Direção Musical: André Abujamra. São Paulo: Anhangabau Produções, 2011. 1 DVD (76 min).

GIL, Gilberto; RISÉRIO, Antonio. O poético e o político. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

GIL, Gilberto. Isto é Gil. Folha de S. Paulo, Ilustrada, 19 dez. 2002.

GIL, Gilberto. Discurso do ministro Gilberto Gil na solenidade de transmissão do cargo. Disponível em: http://gilbertogil.com.br/sec_texto.php?id=3&page=2. Acesso em: ago. 2013.

LOPES, Cássia. Gilberto Gil: a poética e a política do corpo. São Paulo: Perspectiva, 2012.

MARTÍNBARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2009.

MARTINEZ CORRÊA, José Celso. Primeiro ato: cadernos, depoimentos, entrevistas (1958-1974). São Paulo: Editora 34, 1998.

SCHWARZ, Roberto. Cultura e Política, 1964-1969. In: O pai de família e outros ensaios. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

SCHWARZ, Roberto. Verdade tropical: um percurso de nosso tempo. In: Martinha versus Lucrécia: ensaios e entrevistas. São Paulo: Cia das Letras, 2012.

SCHWARZ, Roberto. Cortina de fumaça. Folha de S. Paulo, 22 abr. 2012. Ilustríssima. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/38446-cortina-de-fumaca.shtml. Acesso em: ago. 2013. Entrevista a Flávio Moura.

SÜSSEKIND, Flora. Coro, contrários, massa: a experiência tropicalista e o Brasil de fins dos anos 60. In: BASUALDO, Carlos (Org.). Tropicalia: uma revolução na cultura brasileira. São Paulo: Cosac Naify, 2007, p. 31-56.

TATIT, Luiz. Prefácio. In: FAVARETTO, Celso. Tropicália, alegoria, alegria. 4. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2007.

TEIXEIRA, Jerônimo. O liquidificador de acarajés: tropicalismo e indústria cultural. In: FERREIRA, Sérgio; MALTZ, Bina; TEIXEIRA, Jerônimo. Antropofagia e tropicalismo. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1993.

VELOSO, Caetano. Alegria, alegria; uma caetanave. Wally Salomão (Org.). Rio de Janeiro: Pedra Q Ronca, s/data.

VELOSO, Caetano. Entrevista com Caetano Veloso. Disponível em: http://tropicalia.com.br/ilumencarnadosseres/entrevistas/caetanoveloso2. Acesso em: jun. 2013. Entrevista a Ana de Oliveira.

VIANNA, Hermano. Políticas da tropicália. In: BASUALDO, Carlos (Org.). Tropicália: uma revolução na cultura brasileira. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Publicado

2017-02-13

Como Citar

AUGUSTO, P. O. C. O ministério da cultura de Gilberto Gil e a noção de cultura da tropicália. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 2, n. 1, p. 101–130, 2017. DOI: 10.30620/gz.v2n1.p101. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/3258. Acesso em: 22 nov. 2024.