LUTA PELA TERRA E INSERÇÃO DA AGROECOLOGIA NO ASSENTAMENTO TERRA VISTA – BA
Resumo
O seguinte trabalho objetivou discutir a implementação da proposta da agroecologia no assentamento e trazer conceitos sobre a luta pela terra e a inserção da Agroecologia no assentamento Terra Vista na Bahia. Nessa lógica de discussão a desigualdade social no Brasil se iniciou com o processo de colonização e domínios das terras, que mantém a elite brasileira no domínio territorial e político, por meio de três mecanismos: questão latifundiária, monocultura e trabalho escravo, fazendo uma economia voltada aos seus interesses, tornando a terra uma mercadoria. O objetivo da pesquisa consistiu em compreender o contexto histórico de formação, planejamento, desenvolvimento e inserção da agroecologia no assentamento Terra Vista, bem como sua importância para a sustentabilidade da economia, das relações sociais, culturais, políticas e ambientais. O trabalho se desenvolveu a partir da observação, percepção da posse, do manejo da terra e da potencialização das relações humanitárias, com a aplicação do DRP (Diagnóstico Rural Participativo). Em primeiro momento buscou-se o levantamento de dados secundários, identificação dos Stakeholders, e a construção da linha do tempo. O segundo passo se constituiu com a participação em rodas de conversas e convívio no campo. O processo de luta iniciou-se no ano de 1992 e a conquista da terra efetuou-se no ano de 1994, durante a ocupação, os acampados sofreram cinco despejos truculentos e, após a conquista, os assentados puderam desenvolver as atividades agrícolas. Inicialmente, os métodos de produção se baseavam no estilo convencional, mas no ano de 2002, decretou-se que seria proibida a utilização de agrotóxicos, queimadas, desmatamento, dentre outras formas que degradasse a biodiversidade. A conquista da terra e a agroecologia proporcionaram a recuperação da biodiversidade e as bases de fundamentação para as duas escolas, ainda foi utilizada na capacitação e formação dos assentados no período de transição. Assim, a formação pontual não é suficiente para a mudança, vê-se a necessidade de uma formação contínua e mais efetiva. Entendendo a necessidade de mudança do modelo e compreendendo que a transição é um processo lento e complexo, vê-se a necessidade do trabalho continuo de conscientização dos agricultores, através de um trabalho técnico mais efetivo, com valorização de seus saberes e incentivando-os a conhecer melhor seu agroecossistema.