Colonialidades e subalternidades: uma análise decolonial de Memórias de minhas putas tristes
DOI:
https://doi.org/10.69969/revistababel.v11i.11944Palavras-chave:
Subalternidade; Colonialidade; Literatura;Resumo
O objetivo deste artigo é compreender como as subalternidades e colonialidades se fazem presentes na obra Memórias de Minhas Putas Tristes de Gabriel García Márquez. Partimos do princípio de que a ambientação da obra e a construção dos personagens refletem ideologias coloniais e, portanto, comporta exemplos de subalternidades e colonialidades que constituem os territórios colonizados e as sociedades contemporâneas. Justificamos esse estudo ao propor reflexões críticas sobre escritos clássicos, colaborando para uma leitura ativa e atualizada. Para tanto, pautamo-nos em Hall (2016) ao pensar a literatura enquanto prática cultural e Gomes (2015) por situar o leitor cultural como ativo na compreensão do texto literário. Valemo-nos ainda dos estudos decoloniais (QUIJANO, 2005; LUGONES, 2014; VERONELLI, 2015) e dos estudos subalternos (SPIVAK, 2010) para identificara influência do processo colonial na obra. A análise aponta que esses atravessamentos resultam em submissão através da supervalorização da cultura eurocentrada, da divisão racial do trabalho, da violência de gênero, da linguagem opressora e de diferentes subalternidades impostas aos sujeitos/as colonizados/as.
Downloads
Referências
Botero, Beatriz L. La increíble historia de Memoria de mis putas tristes y de Mustio Collado el abuelo desalmado. Revista de Estudios Colombianos, 2012, n. 40, p. 36-46. Disponível em: https://hdl.handle.net/10356/95809. Acesso em: 10 fev. 2021.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago; Decolonizar la universidad. La Hibrys del punto cero y el diálogo de saberes. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre, 2007. p. 9-24. (Encuentro).
CORTI, Erminio. La recepción de Memoria de mis putas tristes: una panorámica y algunas observaciones. In: Fabio Rodríguez Amaya (Org.). Plumas y Pinceles II: El grupo de Barranquilla: Gabriel García Márquez, un maestro, Marvel Moreno, un epígono. Bergamo University Press: Sestante edizioni, 2008, p.52-87. ISBN 978-88-95184-89-0.
COSTA, Maria Iranilde Almeida. Memórias do obsceno: estudo da narrativa de memórias em Contos d’escárnio: textos grotescos, de Hilda Hilst, e em Memórias de minhas putas tristes Gabriel García Márquez. Revista Garrafa 25, v. 9, n. 28, set-dez de 2011. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/garrafa/article/view/9495. Acesso em: 07 jan. 2021.
GARCIA MARQUEZ, Gabriel. Memórias de minhas putas tristes. Tradução: Eric Nepomuceno. Ed. Record, 2004.
GOMES, Carlos Magno. Violência de gênero: estratégias para a formação do leitor. Revista Língua & Literatura, v. 17, n. 30, dez. 2015. p. 279-295. Disponível em: https://revistas.fw.uri.br/index.php/revistalinguaeliteratura/article/viewFile/1958/2051. Acesso em: 07 jan. 2021.
HALL, Stuart. Cultura e representação. Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. Rio de Janeiro: PUC-Rio; Apicuri, 2016.
LUGONES, Maria. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 22, n. 3, p. 320, set/dez. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755. Acesso em: 07 jan. 2021.
LUISELLI, Alessandra. Los demonios en torno a la cama del rey: pederastia e incesto en Memorias de mis putas tristes de Gabriel García Márquez. Espéculo. Revista de Estudios Literarios. Universidad Complutence de Madrid, 2006. Disponível em: https://www.ucm.es/info/especulo/numero32/camarey.html. Acesso em: 15 de mar. 2021.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago.; GROSFOGUEL, Ramón (Org.). El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre, 2007. p. 127-168. (Encuentro).
PEREIRA, Ana Alice da Silva. Discursos acerca do corpo envelhecido e percepção de si no romance Memórias de minhas putas triste. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia. 2017. 127p. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19210. Acesso em: 08 jan. 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 24-32. (Sur Sur.) ISBN 987-1183-24-0. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/ar/libros/lander/pt/lander.html. Acesso em: 08 jan. 2021.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode um subalterno falar? 1. ed. Tradução: Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
VÁSQUEZ, Vanessa Rendón. Memorias tristes de mis putas niñas: La glorificación del abuso sexual infantil. [S.l.: s.n.]. 2014. p.1-14. Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=Vanessa%09Rendon-Vasquez%092014&btnG=. Acesso em: 28 set. 2021.
VERONELLI, Gabriela Alejandra. Sobre la colonialidad del lenguaje. Universitas Humanística, Bogotá, n.81, p.33-58, jan/jun. 2016. Disponível em: https://revistas.javeriana.edu.co/index.php/univhumanistica/article/view/11432. Acesso em: 08 jan. 2021.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, porém ao submeter os originais, concordam em transferir a este periódico os direitos da primeira publicação. Isto deve ser informado em caso de nova edição do texto. As produções que derivarem deste material, devem obrigatoriamente citar a fonte. Os textos publicados nesta revista, salvo indicações contrárias, encontram-se sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.