Violência simbólica no feminismo hegemônico: mulheres e vulnerabilidade
Resumo
O presente artigo demonstra que a utilização da categoria “mulheres”, enquanto identidade universalizante do movimento feminista, e da ideia de vulnerabilidade, como essência do corpo feminino, aproxima o feminismo hegemônico da opressão que espera combater. A universalização do sujeito feminista desconsidera outros vieses de relações de poder, como raça, classe e orientação sexual, obscurecendo distintas formas de ser no mundo e impedindo a fragmentação do movimento em feminismos plurais. A concepção de vulnerabilidade essencial feminina, por sua vez, reforça o sistema patriarcal ao posicionar as mulheres num patamar rebaixado e débil, cuja imobilidade é característica marcante. Posto isso, constata-se a violência simbólica que permeia o feminismo hegemônico, tendo em vista que seus próprios atores, grupo socialmente dominado, se vale de noções construídas do ponto de vista dos dominantes, naturalizando-as. Após discutir tal contrassenso, são apontadas e avaliadas possíveis soluções: a consciência crítica e uma coalizão aberta.
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Referências
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