Tradição africana e os saberes no currículo das escolas quilombolas
Palavras-chave:
Educação. Quilombolas. Saberes. Currículo.Resumo
Em 2003, atendendo demanda do movimento negro e de parte da academia, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 10.639, que obriga a inserção da História da África e cultura afro-brasileira no currículo das escolas de Educação Básica do Brasil. Em 2004, foram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Em 2012,foram publicadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola determinando mudanças consideráveis, sobretudo, nos currículos com a inserção/valorização dos conhecimentos das comunidades remanescentes de quilombos. Estas comunidades guardam aspectos culturais trazidos pelos trabalhadores escravizados, que passaram de geração em geração mantendo vivo o legado africano no Brasil. Os quilombos antigos e as comunidades negras do Brasil sobreviveram graças aos conhecimentos transmitidos pelas gerações mais velhas e a experiência acumulada, fator determinante no processo de resistência à escravidão e, posteriormente, em defesa da terra. Portanto, os saberes fazem parte da vida dessas comunidades. Saberes que orientaram a vida em grupo, conhecimentos sobre técnicas de cultivo, utilização de ervas medicinais, conhecimentos sobre construção de casas, ferramentas e outras. A maioria das comunidades negras apresenta artesanato muito diversificado, com utilização de produtos extraídos da natureza, constituindo-se em um dos elementos identitários e fonte de renda, principalmente para as mulheres. Neste artigo, abordamos a importância do estudo dos saberes e da oralidade como metodologia de transmissão de uma geração a outra. Também citamos alguns tipos de saberes que há nas comunidades negras brasileiras. A África permanece viva nestas comunidades através da perpetuação destes conhecimentos e valorização dos saberes legados pelos trabalhadores escravizados, quilombolas e, posteriormente, pelas pessoas mais velhas das comunidades
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