As contradições do projeto da nação moçambicana pós-independência no filme Virgem Margarida (2012), de Licínio Azevedo
Palabras clave:
África, Cinema africano, Transferências culturaisResumen
A história oficial da sétima arte na África quer que os cinemas africanos tenham começado com a vontade de homens e mulheres africanos de produzirem imagens e narrativas sobre sua própria realidade. Sendo assim a intervenção esporádica ou a presença perene de cineastas e artistas estrangeiros em algumas aventuras cinematográficas africanas continuam ignoradas ou obliteradas. Ao propormos uma releitura, num movimento retrospectivo, de uma parte dessas experiências de engajamento ideológico e estético de cineastas europeus e latino-americanos no cinema moçambicano, nosso objetivo é triplo: 1) mostrar que o fenômeno de “transferências culturais” não é inerente unicamente ao cinema ocidental (migração e participação de cineastas estrangeiros na história de Hollywood); 2) relacionar parte das motivações desses engajamentos estrangeiros no cinema moçambicano com as utopias e o idealismo militante da ética e estética do cinema-ação e do terceiro cinema em voga nas décadas de 60-70, 3) apontar, através da releitura das vicissitudes e desencantamentos que marcaram algumas dessas experiências, para os limites das utopias anticolonialistas e do terceiro-mundismo cinematográfico ambiente de ontem e de hoje.
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