DE NINA A JUANA: REPRESENTAÇÕES DA ÁFRICA E DO CANDOMBLÉ, 1896-1976.
Resumen
Resumo: Este artigo tenta fazer a revisão de alguns dos principais intérpretes do Candomblé, durante os cerca de 80 anos que separam Nina Rodrigues e Juana Elbein dos Santos. Nina Rodrigues e Gilberto Freyre, apesar do pessimismo do primeiro e do otimismo do segundo, estão em fundamental dependência de autores europeus que estudaram a evolução do culto dos santos no Cristianismo europeu. Arthur Ramos reforça a ideia de uma “mentalidade africana”, encontrada acima de tudo nos trabalhos de antropólogos e psicanalistas. Edison Carneiro, por algum tempo discípulo de Ramos, porém, sobretudo, militante político, lança o projeto antisincrético que continua a ser posto em prática até o dia de hoje. Roger Bastide, sob a influência de predecessores brasileiros e de teorias europeias, reafirma o paradigma do “rito nagô”, ao mesmo tempo em que consagra o “Candomblé de Salão”, entidade abstrata para ser utilizada em encontros científicos e trabalhos de afro-brasilianistas, dispensando totalmente o trabalho de campo. A esse modelo essencialmente livresco, Juana Elbein dos Santos acrescenta elementos em moda na Antropologia de meados do século XX. Graças à enorme divulgação dos seus trabalhos, a interpretação e a terminologia desta última autora tornam-se “normativas”, penetrando na doxa dos dicionários, dos manuais, da mídia e das pós-graduações.
Palavras-Chave: Candomblé. Mentalidade. Africanismo.
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