Ainda somos poucos!?

Invisibilidade e silenciamento de docentes negras (os) nas universidades

Resumo

O artigo é fruto de reflexões da prática docente e do tripé ensino, pesquisa e extensão, e da produção do conhecimento como prática militante. Neste trabalho problematiza-se porque a produção intelectual de negras(os) ainda são invisibilizadas nas instituições de educação superior, considerando a estrutura colonial que fundou as universidades no Brasil, a ideologia da branquitude e o projeto civilizatório eugenista, além do debate relacionado a compreensão do racismo como elemento estruturante da  sociedade. O objeto de estudo desse texto é a produção do conhecimento protagonizado por intelectuais negras(os) e a sua invisibilização, considerando dados que apontam que a presença destas(es) nos quadros das instituições de ensino superior não chegam a 20%. Justifica-se esse trabalho, pela sua importância ao fazer pensar porque mais de uma década depois da implementação das políticas de reparação e ações afirmativas, ainda são poucas(os) nos espaços de poder e de destaque nas Universidades. Considera-se que as instituições de educação superior contribuíram para a cristalização da ideia de existência de uma democracia racial valorizada pela miscigenação, e do processo de branqueamento da nação. Entende-se que o debate em torno das questões raciais no Brasil seria um caminho para a compreensão da própria trajetória do país, mas também um marco na história das ideias que influenciaram a Universidade e o pensamento científico.  

Palavras-Chave: Universidade; Racismo; Intelectuais; Invisibilização.