A CRISE ESTRUTURAL DO DESEMPREGO E A REFORMA TRABALHISTA NEOLIBERAL DO BRASIL

Autores

Palavras-chave:

Desenvolvimento tecnológico, Neoliberalismo, Reforma trabalhista, Setor financeiro

Resumo

A crise estrutural do desemprego, no Brasil, incluso no cenário mais amplo a nível internacional, está relacionada à própria crise estrutural do modo de produção e reprodução do capital. A hipótese é que, se durante o período de expansão do capitalismo no período pós-guerra se pode compensar a perda de postos de trabalho com a geração de novos postos ou a manutenção dos anteriores em razão da abertura de mercados internacionais, com a eventual limitação objetiva e factual da expansão internacional, o capital se depara com uma contradição. Como crescer sem expansão de mercados? O objetivo é evidenciar que a economia internacional, na qual se inclui o Brasil, trabalha com a postergação do colapso pela execução da política internacional de concessão e expansão de crédito, criando bolhas financeiras e períodos de crise. Por meio de uma metodologia histórica, em retrospectiva dos fatos que marcaram a ascensão e derrocada da produção industrial fordista, pode se concluir pelo resultado do esgotamento ou limitação da expansão dos mercados e a financeirização da economia como sistema compensatório, através do crédito, induzindo à desindustrialização e ao consequente desemprego estrutural. Nesse ambiente econômico a defesa de reformas, dentre as quais a trabalhista, não tem finalidade de gerar mais emprego e crescimento, apenas de reduzir custos às corporações que deslocam seus investimentos ao setor financeiro, ampliando as taxas de lucro pela cobrança de juros e não pela venda de produtos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Assis Assis, Universidade Católica do Salvador

Mestrando em Políticas Sociais pela UCSal, especialista em Direito do Estado pela UFBA e Pesquisador bolsista da FAPESB

Referências

Reforma trabalhista: o que dizem os que defendem que vai gerar empregos? BBC Brasil. Brasília, 26 Abr. 2017. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-39714346> Acesso em: 15 mai.2019.

BRASIL. Lei Federal n. 9.249/1995 de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido. Diário Oficial da União de 27 de dezembro de 1995, Brasília. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9249.htm> Acesso em: 12 fev. 2020.

COSTA JÚNIOR, Vander Luiz Pereira. Os(as) jovens operários(as) da advocacia. Curitiba: CRV, 2017.

Viver com 413 reais ao mês, a realidade de metade do Brasil. El país. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/30/economia/1572454880_959970.html> Acesso em: 06 nov.2019.

Desemprego sobe para 12,7% com 13,4 milhões de pessoas em busca de trabalho. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/24283-desemprego-sobe-para-12-7-com-13-4-milhoes-de-pessoas-em-busca-de-trabalho> Acesso em: 15 mai.2019.

KRUGMAN, Paul R. A consciência de um liberal. Tradução: Alexandre Oliveira Kappaun. Rio de Janeiro: Record, 2010.

KURZ, Robert. A crise do valor de troca. Tradução: André Villar Gomez. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2018.

MÉSZÁROS, István. A crise estrutural do capital. Tradução: Francisco Raul Cornejo [et al.]. 2ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2011.

PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Tradução: Mônica Baumgarten de Bolle. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.

RACIÈRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. Tradução: Ângela Leite Lopes. 2ª Ed. São Paulo: Editora 34, 2018.

TEIXEIRA, Marilane. Os efeitos econômicos da Reforma Trabalhista. Reforma trabalhista no Brasil: promessas e realidade. Campinas, SP, Curt Nimuendajú, 1ª Ed., p. 55-81, 2019.

Nº de brasileiros com nome sujo bate novo recorde, diz Serasa: 63,2 milhões. Economia UOL. São Paulo, 6 Jun. 2019. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/06/dividas-atrasadas-nome-sujo-serasa.htm> Acesso em: 12 fev. 2020.

Lucro do Itaú em 2018 é o maior da história entre bancos, diz levantamento. Economia UOL. São Paulo, 5 Fev. 2020. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/02/05/lucro-itau-bancos-quarto-trimestre.htm> Acesso em: 12 fev. 2020.

Downloads

Publicado

2020-05-16

Como Citar

Assis, T. A. (2020). A CRISE ESTRUTURAL DO DESEMPREGO E A REFORMA TRABALHISTA NEOLIBERAL DO BRASIL. Scientia: Revista Científica Multidisciplinar, 5(2), 29–48. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/scientia/article/view/8598