MULHERES NEGRAS QUILOMBOLAS - O RACISMO ARTICULADO À OUTROS DETERMINANTES SOCIAIS E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE E AUTONOMIA REPRODUTIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13899045Palabras clave:
População Negra, Quilombolas, Vulnerabilidade Sexual, Racismo SistêmicoResumen
Introdução: Com a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, o estudo das condições de saúde da população negra tem ganhado mais expressividade, desafiando pesquisadores e ativistas sociais à implementações de ações e políticas públicas que estabeleçam uma saúde de qualidade, equânime, gratuita e humanizada. As mulheres negras quilombolas vivem em constantes desvantagens relacionadas à exploração e à discriminação, que são traduzidas em desigualdades sociais. Objetivo: retratar como a saúde reprodutiva de mulheres negras quilombolas têm sido influenciada pelo racismo e demais determinantes sociais. Método: revisão integrativa da literatura, consultando as bases de dados (Periódicos CAPES, BVS e Scielo), sem limite de data de publicação ou de língua. Resultados: 10 artigos foram incluídos na revisão. Junto ao racismo, os determinantes sociais mais citados nos estudos foram: a vulnerabilidade econômica, o machismo e a desigualdade racial e de gênero, a falta de comunicação e baixa escolaridade. Com menor expressividade, foram destacados: a religião, vulnerabilidade política, políticas sociais, problemas psicológicos, maiores índices de doenças crônicas e a violência. Conclusão: É preciso respeito, conhecimento prévio e muito cuidado para acessá-las, para dar assistência; sem que seja necessário abrir mão da sabedoria que carregam por décadas, de forma intergeracional; possivelmente, a maior ou única herança que mantenham viva e inesgotável.
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