SAÚDE MENTAL, ARTE E ESCRITA: CARTOGRAFANDO UMA TRAVESSIA
Palabras clave:
Saúde Mental, Escrita, Arte, Oficina em Saúde Mental, InterseccionalidadeResumen
Introdução: O texto discute a experiência da autora, enquanto residente multiprofissional em saúde mental coletiva, a partir da Oficina Ateliê de Escrita de um Centro de Atenção Psicossocial II. Trata-se de compartilhar o Ateliê enquanto um dispositivo clínico-político antimanicomial, analisar seus efeitos e conectividades no processo formativo da autora. Objetivo: Apresentar empírica e teoricamente a Oficina Ateliê de Escrita de um CAPS II como dispositivo clínico-institucional no campo da saúde mental antimanicomial, de ampliação subjetiva e existencial, promotora de saúde e alternativa à medicalização da vida. Método: São utilizadas bibliografias do campo da saúde mental antimanicomial, estudos interseccionais, arte e escrita, registros escritos e imagens autorais. A metodologia é cartográfica, estando a pesquisadora em Relação direta com o campo vivo pesquisado. Resultados: O Ateliê é concebido como um espaço onde cada participante expressa sua singularidade, explorando a relação com as palavras, com a arte e criando mundos possíveis. Aborda-se também a Reforma Psiquiátrica Brasileira e sua luta contra a manicomialização e medicalização da vida, destacando a importância de forjar novos lugares simbólicos e físicos na sociedade para as pessoas tidas como loucas. Além disso, o texto discute interseccionalidade e intersetorialidade na compreensão do campo da saúde mental. A arte é tida como um dispositivo para ampliar a visibilidade das experiências humanas, subjetividades e perspectivas existentes. Conclusão: Afirma-se a arte da escrita como dispositivo clínico-político de expressão da diferença, resgate dos sujeitos e seus potenciais, alternativo à manicomialização e medicalização da vida.
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