REFLEXÕES SOBRE A REDE DE SUPORTE DE USUÁRIOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE MENTAL DE BELO HORIZONTE A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO GAM

Autores/as

Palabras clave:

Residência, Saúde mental, Atenção psicossocial, Recovery, Gestão Autônoma da Medicação

Resumen

Introdução: A partir do movimento da Reforma Psiquiátrica e com a aprovação da Lei Federal 10.216/2001, instituiu-se no Brasil uma política de saúde mental baseada no respeito aos direitos humanos e no tratamento em liberdade. Pesquisadores e usuários da saúde mental, através da experiência de países europeus, buscam incorporar novas estratégias de cuidado. A estratégia Gestão Autônoma da Medicação, orientada pelos princípios do recovery, se propõe a deslocar a centralidade do saber médico, proporcionando espaço de discussão com usuários, valorização de vivências, sentimentos e necessidades de cada indivíduo, por meio da corresponsabilização. Método: Trata-se de relato de experiência a respeito de um projeto de implantação de um grupo GAM como uma estratégia de melhoria de cuidado realizado em um Centro de Referência em Saúde Mental em Belo Horizonte. O projeto foi delineado e desenvolvido no âmbito da Residência Integrada de Saúde Mental do Hospital Odilon Behrens e Rede de Atenção Psicossocial de Belo Horizonte, realizada há quase uma década no município. Resultados: Desenvolveu-se um grupo GAM ao longo de três meses, com participação de, em média, cinco usuários por encontros semanais, com duração de uma hora cada. Conclusão: A estratégia GAM mostrou-se como ferramenta capaz de convocar trabalhadores e usuários para ocuparem um espaço coletivo de produção de cuidado, embora algumas dificuldades tenham surgido, como a pouca adesão. Todavia, o processo de implementação da estratégia demonstrou plausível sua aplicabilidade, mesmo em um dispositivo de urgência.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Aparecida Barbosa Santos, Assistente Social na Prefeitura Municipal de Contagem - Brasil

Residência Multiprofissional em Saúde pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Maria Goreti do Nascimento Marques, Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais - Brasil

Residência Multiprofissional em Saúde pela Universidade Federal de Ouro Preto.Técnica superior de saúde no Centro de Referência em Saúde Mental da Prefeitura de Belo Horizonte.

Paola Tavares Moreira, Terapeuta Ocupacional na Secretaria de Desenvolvimento Social de Nova Lima - Brasil

Mestra em Prevenção e Assistência a Usuários de Álcool e outras Drogas pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Políbio José de Campos Souza, Coordenador da Residência Integrada de Saúde Mental do Hospital Odilon Behrens e Rede de Atenção Psicossocial de Belo Horizonte - Brasil

Residência em Psiquiatria e Medicina Preventiva e Social pela Universidade Federal de Minas Gerais

Citas

Brasil. Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, 06 abr. 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Saúde Mental. v. 34. Brasília: Editora MS, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_m ental.pdf>. Acesso em: 30 de nov. de 2017

Mateus MD. O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). In: Mateus, M. D. (Org.). Políticas de saúde mental: baseado no curso políticas públicas de saúde mental, do CAPS Luiz R. Cerqueira. São Paulo: Instituto de Saúde, 2013. p.139-158. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_800ac92563e64a88b9a0c87d9cd7ede6.pdf>. Acesso em: 22 de dez. de 2017.

Onocko-Campos RT et al. Gestão Autônoma da Medicação: Guia de Apoio a Moderadores. (S.l.): DSC/FCM/UNICAMP/AFLORE/ DP/UFF/ DPP/UFRGS, 2014. Disponível em: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/paganex/guia_gam_moderador_-_versao_para_download_julho_2014.pdf>. Acesso em: 12 de dez. de 2017.

Trajano ARC, Silva R. Humanização e Reforma Psiquiátrica: A Radicalidade Ética em Defesa da Vida. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Cadernos HumanizaSUS: Saúde Mental. v.5. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. p.197-214. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_3bbfba853c2d46f0849825b375239965.pdf>. Acesso em: 20 de jan. de 2018.

Romão CO. IMANI: a importância dos espaços comunitários como estratégias de Recovery para usuários de álcool e outras drogas. (Trabalho de Conclusão de Residência Integrada em Saúde Mental, Hospital Metropolitano Odilon Behrens, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e Universidade Federal de Ouro Preto). Belo Horizonte, 2020.

Souza J et al. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

Castel R. A dinâmica dos processos de marginalização: da vulnerabilidade a desfiliação. Caderno CRH, 1997; 26/27:19-40. 1997. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/crh/article/view/18664/12038>. Acesso em: 20 de dez. de 2017.

Oliveira RT, Rodrigues W. A política, o social e a clínica enquanto saídas para a desconstrução dos manicômios e do mito da periculosidade. In: Venturini E, De Mattos V, Oliveira RT. O Louco Infrator e o Estigma da Periculosidade. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2016. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_1688888f11b64528a5b4fd326bd683ea.pdf>. Acesso em: 10 de dez. de 2017.

Villares CC et al. Estigma na esquizofrenia. In: Noto CS, Bressan RA. Esquizofrenia: avanços no tratamento multidisciplinar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 81-92.

Büchele CF, Dimenstein MDB(Orgs.). Curso de Atualização em Álcool e Outras Drogas, da Coerção à Coesão. Recursos e estratégias do cuidado. [Recurso eletrônico]. Florianópolis: Departamento de Saúde Pública/UFSC, 2014. Disponível em: . Acesso em: 12 de dez. de 2017.

Abou-YD M. Por uma clínica antimanicomial: a audácia de um projeto. In: Lobosque, A. M. (Org.). Caderno Saúde Mental: A Reforma Psiquiátrica que queremos. Por uma Clínica Antimanicomial. v. 1. Belo Horizonte: ESP-MG, 2007. p. 53-58. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_106eed04fe1942618181e1dba0aa0f4d.pdf>. Acesso em: 16 de dez. de 2017.

Prefeitura de Belo Horizonte. Projeto de Residência em Psiquiatria da Rede Municipal de Saúde – PBH, 2011.

Teixeira RM. Projeto Arte da Saúde: ateliê de cidadania. In: Nilo K, Morais MAB, Guimarães MBL, Vasconcelos ME, Nogueira MTG, Abou-Yd M. (Orgs). Política de Saúde Mental de Belo Horizonte: o cotidiano de uma utopia. Belo Horizonte: SMSA/PBH, 2008.

Novaes AP, Zacheé K, Soares M. Centro de Convivência: novos contornos na cidade. In: Nilo K, Morais MAB, Guimarães MBL, Vasconcelos ME; Nogueira MTG, Abou-Yd M. (Orgs). Política de Saúde Mental de Belo Horizonte: o cotidiano de uma utopia. Belo Horizonte: SMSA/PBH, 2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>. Acesso em: 16 de dez. de 2017.

Moreira DJ, Bosi MLM, Soares CA. Uso de narrativas na compreensão dos itinerários terapêuticos de usuários em sofrimento psíquico. In: Gerhardt TE, Pinheiro R, Ruiz ENF, Silva Junior AG (Orgs.). Itinerários terapêuticos: integralidade o cuidado, avaliação e formação em saúde. Rio de Janeiro: CEPESC/IMS/UERJ – Abrasco; 2016. p. 223-236. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_321ca8bce7164363995cf1a8623a3c48.p df>. Acesso em: 13 de jan. de 2018.

Mello VRC, Paulon SM. Travessias de Humanização na Saúde Mental: Tecendo Redes, Formando Apoiadores. In: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Cadernos HumanizaSUS: Saúde Mental. v. 5. Brasília: Ministério da Saúde; 2015. p. 85-106. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_3bbfba853c2d46f0849825b375239965.pdf>. Acesso em: 18 de jan. de 2018.

Venturini E, Goulart MSB. Recovery: ambiguidades e confrontações. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental. 2017; 9(21):282-299. Disponível em: <http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/4692/4884>. Acesso em: 20 de jan. de 2018.

Marin I. A Perspectiva do usuário esperto e a casa Recovery em Trieste. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental. 2017; 9(21):114-124. Disponível em: <http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/4680/4869>. Acesso em: 22 de dez. de 2017.

Silveira AR, Almeida APS, Souza CL, Prates TEC, Rabelo MO, Sampaio CA, Silveira JA. Recovery e experiência brasileira na atenção psicossocial: dialógos e aproximações. Cadernos Brasileiros De Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health. 2017; 9(21):17-30. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/69533

Delgado PGG. Por uma clínica da reforma: concepção e exercício. In: Lobosque AM. Caderno Saúde Mental: A Reforma Psiquiátrica que queremos. Por uma Clínica Antimanicomial. v. 1. Belo Horizonte: ESP-MG, 2007. p.59-66. Disponível em: <http://docs.wixstatic.com/ugd/7ba6db_106eed04fe1942618181e1dba0aa0f4d.pdf>. Acesso em: 15 de jan. de 2018.

Publicado

2021-12-15

Cómo citar

Santos, M. A. B. ., Marques, M. G. do N., Moreira, P. T. ., & Campos Souza, P. J. de. (2021). REFLEXÕES SOBRE A REDE DE SUPORTE DE USUÁRIOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE MENTAL DE BELO HORIZONTE A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO GAM. Práticas E Cuidado: Revista De Saúde Coletiva, 2, e13199. Recuperado a partir de https://revistas.uneb.br/index.php/saudecoletiva/article/view/13199

Número

Sección

Dossier Temático INVESTIGACIÓN EN SERVICIO: PRODUCCIONES EN PROGRAMAS DE RESIDENCIA EN SA