REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM VÍTIMAS DE TRAUMA RAQUIMEDULAR COM DISFAGIA OROFARÍNGEA

Autores

Palavras-chave:

Trauma raquimedular, Lesão medular traumática, Disfagia orofaríngea, Alteração de deglutição, Reabilitação fonoaudiológica

Resumo

Objetivo: descrever as estratégias e técnicas de reabilitação utilizadas e os efeitos da abordagem fonoaudiológica em pacientes disfágicos vítimas de trauma raquimedular. Método: trata-se de um estudo retrospectivo e documental. A coleta dos dados foi realizada através de análise documental, no período de julho a dezembro de 2019. Foram incluídos indivíduos admitidos e acompanhados pelo serviço de fonoaudiologia de um hospital referência em trauma do estado da Bahia, portadores de disfagia orofaringea, sem comprometimento do sistema nervoso central prévio ou durante o evento traumático. Os dados coletados foram tabulados no programa Excel (Versão 2007), realizada análise estatística descritiva e as variáveis descritas por frequência absoluta. Resultados: como método terapêutico, no grupo dos sujeitos traqueostomizados, foi utilizada a terapia indireta e direta em 100% da amostra. Já no grupo dos sujeitos não traqueostomizados foi predominante o uso da terapia direta. A maioria da amostra teve a dieta oral liberada já na avaliação fonoaudiológica, exceto os indivíduos traqueostomizados, por apresentarem disfagia grave no início da reabilitação. A maior parte dos sujeitos do grupo dos não traqueostomizados já estava com dieta oral liberada quando admitidos pelos fonoaudiólogos. A alimentação por via oral foi o principal resultado em todos os indivíduos e a decanulação entre os sujeitos traqueostomizados. Conclusão: As estratégias e técnicas utilizadas para a reabilitação através da terapia indireta e direta contribuiu para retirada de SNE, progressão de dieta oral e decanulação nessa população, assim como reduziu os riscos de agravos clínicos como a broncoaspiração, demonstrando eficácia terapêutica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jaqueline Gonçalves dos Santos Rocha, Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Residência Multiprofissional em Saúde e Bacharelado em Fonoaudiologia pela Universidade do Estado da Bahia.

Ana Catarina Moura Torres, Doutoranda em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas pela Universidade do Federal da Bahia - Brasil

Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Universidade Federal da Bahia. Docente na Universidade do Estado da Bahia.

Referências

Kirshblum S, Johnston MV, Brown J, O'Connor KC and Jarosz P. Predictors of dysphagia after spinal cord injury. Arch Med Rehabil 1999; 80: 1101–1105.

Mcdonald JW and Sadowsky C. Spinal-cord injury. Lancet, [S.l], v. 359, n. 9304, p. 417-25. Feb 2 2002.

Macedo FS, Paz CC, Rocha AF, Miosso CJ, Carvalhi HB & Mateus SR. Novas perspectivas de fisioterapia respiratória em lesão medular - uma revisão sistemática. Acta Paul Enferm. 2017; 30(5):554-64.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas e Departamento de Atenção Especializada. – 2. ed – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

Defino HLA. Trauma raquimedular. Medicina, Ribeirão Preto, 32: 388-400, out./dez. 1999.

Masini M. Estimativa da incidência e prevalência de lesão medular no Brasil. J Bras Neurocirurg 12(2): 97-100, 2001.

Valenzano TJ, Waito AA and Steele CM. Characterizing Dysphagia and Swallowing Intervention in the Traumatic Spinal Injury Population. Dysphagia. 2016 October ; 31(5): 598–609. doi:10.1007/s00455-016-9728-4.

Ihalainen T, Rinta-Kiikka I, Luoto TM, Koskinen EA, Korpijaakko-Huuhka A, Ronkainen A. Traumatic cervical spinal cord injury: a prospective clinical study of laryngeal penetration and aspiration. Spinal Cord. 2017;55:979–84.

Shin JC, Yoo JH, Lee YS, et al. Dysphagia in cervical spinal Cord injury. Spinal Cord. 2011;49:1008–13.

Shem K, Castillo K, Wong S and Chang J. Dysphagia in individuals with tetraplegia: incidence and risk factors. J Spinal Cord Med. 2011; 34: 85-92.

Brady, S, Miserendino R, Statkus D, Springer T and Hakel M. Vasilios Stambolis, MD. Predictors to Dysphagia and Recovery After Cervical Spinal Cord Injury During Acute Rehabilitation. The Journal of Applied Research • Vol. 4, No. 1, 2004.

Gordan W, Dale B, Brougham R, Spivack-David D, Georgeadis A, Adornato V, et al. Scirehab: The Speech language Pathology Taxonomy. J Spinal Cord Med 2009;32(3):306–17. DOI: 10.1080/10790268.2009.11760784.

American Spinal Injury Association. International standarts for neurological of spinal cord injury. [online]. Atlanta (US): American Spinal Injury Association; 2011. Disponsivel em: http://www.asia-spinalinjury.org/publications/59544_sc_Exam_sheet_r4.pdf.

Costa CC, Favero TC, Rosa FB, Steidl EMS & Mancopes R. Decanulação: atuação fonoaudiológica e fisioterapêutica. Distúrbios Comun. São Paulo, 28(1): 93-101, março, 2016.

Furkim AM & Sacco ABF. Eficácia da fonoterapia em disfagia neurogênica usando a Escala Funcional de Ingesta por via Oral (FOIS) como marcador. Rev CEFAC, São Paulo, v.10, n.4, 503-512, out-dez, 2008.

Padovani AR, Moraes DP, Mangili LD & Andrade CRF. Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD). Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(3):199-205.BARROS.

Najas M. (Coord.). I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados. 1 ed. Barueri, SP: Minha Editora, 2011.

Santos TSC, Guimarães RM & Boeira, S. F. Epidemiologia do trauma raquimedular em emergências públicas no município do Rio de Janeiro. Esc Anna Nery (impr.)2012 out - dez; 16 (4):747 – 753.

Viúdes MA A, Costa JM & Nunes CMP. Perfil dos pacientes internados por trauma raquimedular em hospital público de ensino. Rev Med Minas Gerais 2015; 25(3): 380-386. DOI: 10.5935/2238-3182.20150074.

Santana L, Fernandes A, Brasileiro AG & Abreu AC. Critérios para avaliação clínica fonoaudiológica do paciente traqueostomizado no leito hospitalar e internamento domiciliar. Rev. CEFAC. 2014 Mar-Abr; 16(2):524-536.

Eibling DE and Gross RD. Subglottic air pressure: a key component of swallowing efficiency. Ann Otol Rhinol Laryngol 1996;105(4):253–8.

Hayashi T, Fujiwara Y, Sakai H, Maeda T, Ueta T and Shiba K.Risk. Risk factors for severe dysphagia in acute cervical spinal cord injury. International Spinal Cord Society. Spinal Cord (2017) 55, 940–943.

Carucci LR, Turner MA, Yeatman CF. Dysphagia secondary to anterior cervical fusion: radiologic evaluation and findings in 74 patients. AJR Am J Roentgenol. 2015; 204:768–775.

Barros AB, Portas JG & Queija DS. Implicações da traqueostomia na comunicação e na deglutição. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 38, nº 3, p. 202 – 207.2009.

Sassi FC, Medeiros GC, Zambon LS, Zilberstein B & Andrade CRF. Avaliação e classificação da disfagia pós-extubação em pacientes críticos. Rev. Col. Bras. Cir. vol.45 no.3 Rio de Janeiro 2018. DOI: 10.1590/0100-6991e-20181687.

Medeiros GC, Sassi FC & Lirani-Silva C. Claudia Regina Furquim de Andrade2. Critérios para decanulação da traqueostomia: revisão de literatura. CoDAS 2019;31(6):e20180228 DOI: 10.1590/2317-1782/20192018228.

Silva RG. A eficácia da reabilitação em disfagia orofaríngea. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 1, p.123-130, jan.-abr. 2007.

McRae J, Smith C, Beeke S, Emmanuel A. Oropharyngeal dysphagia management in cervical spinal cord injury patients: an exploratory survey of variations to care across specialised and non-specialised units. Spinal Cord Series and Cases. 2019;5(1) DOI: 10.1038/s41394-019-0175-y.

Bianchi A, Barbara M, Monini S. Selective rehabilitative approach to neurological dysfunctions of the oro-pharyngo-laryngeal trivium. Acta Otolaryngol. 2014;134(11):1172-8.

Publicado

2021-11-15

Como Citar

Rocha, J. G. dos S., & Torres, A. C. M. (2021). REABILITAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM VÍTIMAS DE TRAUMA RAQUIMEDULAR COM DISFAGIA OROFARÍNGEA. Práticas E Cuidado: Revista De Saúde Coletiva, 2, e10210. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/saudecoletiva/article/view/10210

Edição

Seção

Artigos (FLUXO CONTíNUO)