AS VIVÊNCIAS NO SUL E NO SUDESTE DO BRASIL NA PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM E DA PSICOLOGIA FRENTE À DESCOLONIZAÇÃO NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA
Palavras-chave:
Necropolítica, Covid-19, Políticas Públicas, Enfermagem, Psicologia Social ComunitáriaResumo
Introdução: Este relato de experiência evidencia os campos da Enfermagem e da Psicologia Comunitária em dois estados brasileiros, durante o período pandêmico em 2021. Métodos: Identificando a situação do atual governo, as políticas públicas e o racismo estrutural na perspectiva necropolítica. Contrariam-se as definições da ciência como biologizante, sem considerar epidemiologicamente os determinantes sociais e econômicos conjugados com os aspectos do colonialismo e capitalismo que provocam limitações, riscos, vulnerabilidades e precárias condições de vida através de suas relações de poder. Resultados e Discussão: A organização e a gestão do Sistema Único de Saúde nos significados que expressam a universalização, a equidade, a integralidade e a participação popular, contrapondo à privatização da saúde. O conceito de necropolítica, de Achille Mbembe, permite refletir acerca dos problemas e necessidades de saúde da população majoritariamente usuária dos serviços públicos de saúde, isto é, a população negra. Considerações Finais: Esta pesquisa elenca a responsabilidade do Estado, que seria garantir oportunidades, na vida social e econômica da população, assegurando o interesse comum da sociedade em territórios aos quais ele negligencia, haja vista que não há o cumprimento das leis, o que efetiva a exclusão e marginalização desses corpos, sem assegurar, minimamente, os direitos humanos. Destarte, as experiências de uma Psicóloga, com abordagem Social Comunitária, com atuação na maior favela de palafitas no Município de Santos, Região Sudeste, e de uma Enfermeira, na linha de frente da Covid-19, no Município de Pelotas, no Sul do Brasil. Mulheres negras que destacam a necessidade do cuidado nos cenários apresentados.
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