“PRÉ-BRASIL”? EPISTEMOLOGIAS DE ABYA YALA A PARTIR DOS POVOS ORIGINÁRIOS NO BRASIL
Palavras-chave:
Estudos decoloniais, história indígena, período pré-colonial, autores indígenas, história do BrasilResumo
O presente trabalho se dedica a refletir sobre a descolonização da presença indígena no Brasil, destacando as multiplicidades de existências anteriores às invasões europeias, no mencionado território. Salienta-se a necessidade de revisão sobre uma historiografia eurocêntrica, principalmente ao se trabalhar com história indígena, no intuito de destacar os protagonismos dos povos originários, salientando suas epistemologias próprias, desmistificando a tutela de autores não-indígenas. O texto se dedica a pensar sobre como povos indígenas experienciavam seus territórios, antes da invasão dos povos europeus, baseados nas vivências ancestrais ainda existentes em nossa contemporaneidade e a partir de estudos arqueológicos, enfatizando as sensibilidades encantadas, apresentadas também por Luiz Antonio Simas e Luiz Rufino. A reflexão se baseia em estudos decoloniais e autores indígenas, como Álvaro de Azevedo Gonzaga, Ailton Krenak, Davi Kopenawa e Linda Tuhiwai Smith.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Silvio. O que é racismo estrutural?. Belo Horizonte – MG, Grupo Editorial Letramento, 2018.
BENTIVOGLIO, Julio; EHRENREICH, Paul. Índios botocudos do Espírito Santo no século XIX. Vitória: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2014.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo: Editora Global, 2002.
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da Violência. São Paulo, Cosacnaify, 2004.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo – SP, ClaroEnigma, 2015.
-------------------------------------. História dos Índios no Brasil. São Paulo – SP, Companhia das Letras, 2006.
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História Oral: memória, tempo, identidades. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2006.
GOMES, Ana Maria R.; KOPENAWA, Davi. Os Cosmos Segundo os Yanomami: Hutukara e Urihi. Revista UGMG, Belo Horizonte, v. 22, n. 1 e 2, p. 142-159, 2015.
GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Decolonialismo Indígena. São Paulo: Editora Matrioska, 2021.
GENTILI, Pablo. Inventar outras ciências sociais. In.: SANTOS, Boaventura de Souza. Construindo as Epistemologias do Sul Para um pensamento alternativo de alternativas - V.I. Buenos Aires – Argentina, Rosa Luxemburgo Stiftung e CLACSO, 2018.
GUIDON, Niéde. As Ocupações Pré-históricas do Brasil (Excetuando a Amazônia). IN.: CUNHA, Manoela Carneiro da. História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
HARTOG, François. O Espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte – MG, Editora UFMG Humanitas, 2014.
JÚNIOR, Ademir Barbosa. O Livro de Ouro dos Orixás. São Paulo: Editora Anubis, 2017.
KILOMBA, Grada. A Máscara. Cadernos de Literatura em Tradução, n. 16, 2010.
KRENAK, Ailton. Ideias para Adiar o Fim do Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KOPENAWA, Davi. ALBERT, Bruce. A Queda do Céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
LIMBERTINI, Rita de Cássia. A Imagem do Índio: Discursos e Representações. Dourados: ED. UFGD, 2012.
MELLO E SOUZA, Laura de. O Diabo e a Terra de Santa cruz: feitiçaria e religiosidade popular no brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo – SP, Companhia das Letras, 2009.
---------------------------------. Tupis, Tapuias e Historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. Campinas – SP, Tese apresentada para o concurso de livre docência na UNICAMP, 2001.
NAVARRO, Eduardo de Almeida. Dicionário Tupi Antigo: A língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global Editora, 2019.
PACHAMAMA, Aline Rochedo. Boacé Uchô. Rio de Janeiro: Pachamama Editora, 2020.
PARAISO, Maria Hilda Baqueiro. Guido Pokrane, o imperador do Rio Doce. Londrina: Anais do XXIII Simpósio Nacional de História, 2005.
PEPETELA. O Desejo de Kianda. Alfragide: Editora Dom Quixote, 1995.
PERET, João Américo. Mitos e Lendas Karajá: Inã Son Werá. Rio de Janeiro: 1979.
RANGEL, Marcelo de Mello. ROMANTISMO, SATTELZEIT, MELANCOLIA E “CLIMA HISTÓRICO” (STIMMUNG). Revista Expedições: Teoria da História & Historiografia,V. 5, N.2, Julho-Dezembro de 2014.
RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala?. Belo Horizonte – MG, Editoras Letramento e Justificando, 2017.
RESENDE, Maria Leonia Chaves de. Gentios Brasílicos: índios coloniais em Minas Gerais setecentista. Tese defendida pela UNICAMP, 2003.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O Que é Etnocentrismo? São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.
SANTOS, Boaventura de Souza; Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. Cortez Editora. Edição do Kindle, 2014.
SIMAS, Luiz Antonio; RURFINO, Luiz. Encantamento. Mórula Editorial. Edição do Kindle, 2020.
SMITH. Linda Tuhiwai. Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. Curitiba: Editora UFPR, 2018.
TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro. São Paulo – SP, Editora Martins Fontes, 2014.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo: COSAC NAIFY, 2002.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Se tudo é humano, então tudo é perigoso. Entrevista
concedida a Jean-Cristophe Royoux. In: SZTUTMAN, Renato (org.). Encontros: Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Azougue, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Diálogos e Diversidade (RDD) implica na transferência, pelas(os) autoras(es), dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os manuscritos publicados nesta revista são das(os) autoras(es), com direitos da RDD sobre a primeira publicação. As(os) autoras(es) somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando explicitamente a RDD como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License, que permite copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, adaptar, remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial, dando o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas, distribuindo as suas contribuições sob a mesma licença que o original, não podendo aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.