Reescrita de mulheres
Orange is the New Black e o encarceramento feminino na tela da vida
DOI :
https://doi.org/10.30620/pdi.v11n2.p343Mots-clés :
Encarceramento feminino, (Auto)biografia de mulheres, Reescrita de siRésumé
A websérie Orange is the new black, produzida de forma majoritária por mulheres, é fruto da adaptação do livro autobiográfico de outra mulher: Piper Kerman, que passou um tempo na prisão, nos EUA. Para este artigo, buscamos refletir sobre como, a partir da história de si, que Kerman conta, outras histórias femininas, com a websérie, são contadas, imaginadas, no ambiente prisional, levando-nos a debater sobre a escritura prescrita para sujeitos femininos e como estes a tem reescrito. Para tanto, nos debruçaremos sobre a citada produção audiovisual, contando com o auxílio da crítica cultural, feminista e (auto)biográfica, via leitura de autoras e autores como: Leonor Arfuch (2010), Eneida de Souza (2011), Saffioti, H. (2011), Davis, A. (2003), Osmar Santos (2016) entre outros. Percebemos que os desafios enfrentados pelas personagens femininas, na tela da série, são diretamente criados e perpetuados pelo sistema patriarcal que impõe algemas a mentes e corpos. Com isso, as vivências narradas/encenadas destas mulheres nos levam a observar o cerceamento de suas vidas dentro e fora da prisão, em um processo de encarceramento físico e simbólico. Por fim, constatamos que, considerando as grades que as cercam, para além dos espaços prisionais oficiais, é fundamental um trabalho de reficcionalização de si, como esse, engendrado por mulheres, e seus entrecruzamentos biográficos, em prol de outras séries existenciais.
[Recebido em: 29 jul. 2021 – Aceito em: 30 out. 2021]
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