Representação dos trópicos na inquietante travessia de Max: uma leitura de Max e os felinos de Moacyr Scliar
DOI:
https://doi.org/10.30620/p.i..v8i1.5200Abstract
A prepresentação dos trópicos na literatura apresenta-se evidentemente como uma questão de perspectiva, um olhar projetado ou esperado. Quando se trata de uma representação de uma sociedade, de acontecimentos, de contextos, de símbolos ou de memórias (verdadeiras, imaginadas, recompostas, fragmentadas), segundo Edgar Morin, as lembranças podem ser deformadas por projeções ou confusões inconscientes como forma de compreender ou digerir uma realidade. Assim, a memória (fonte de verdade?) pode impregnar-se de erros e de ilusões. É o que ocorre em Max e os felinos (1981), de Moacyr Scliar. Um romance com características de realismo mágico que traduz de alguma maneira o percurso maior desse escritor: a percepção do real segundo os imigrantes e seus descendentes sobretudo de origem judaica e que compõem hoje a sociedade brasileira. Entre lembranças tornadas opacas pelo tempo e pelas intempéries da vida, o personagem Max tenta dominar as feras selvagens de seu passado e as incertezas de seu futuro para refazer sua vida no Brasil.
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