De Jane Eyre (1847) a Vasto Mar de Sargaços (1966)
a (re)construção identitária de Bertha Mason na prosa anglófona pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.30620/pdi.v13n1.p319Palavras-chave:
Crítica pós-colonial, Identidade, Literatura latino-americana, Literatura inglesaResumo
O advento da crítica colonial, após a segunda metade do século XX, trouxe à tona outras maneiras de se ler o mundo, evidenciando como mecanismos discursivos de construção identitária reforçam, comumente, relações de poder estabelecidas a partir do colonialismo e que se sustentam até a atualidade. Com base nisso, buscamos, neste artigo, investigar a maneira como ocorreu a construção identitária da personagem Bertha Mason Rochester, no romance Jane Eyre (1847), de Charlotte Brontë, e como, em resposta ao feminismo imperialista da autora, Jean Rhys reescreveu a história da mesma personagem em Vasto mar de sargaços (1966) sob outra perspectiva, dando voz à uma mulher caribenha silenciada na trama anterior. Para tal, tomamos como aportes as considerações de Spivak (1985), Gilbert e Gubar (2000), Woodward (2014), Bacellar (2020), dentre outros(as). Nosso estudo considera que a literatura, sob uma ótica pós-colonial, questiona o discurso opressivo que perpassa a representação de culturas latino-americanas e caribenhas, possibilitando a emersão de outras maneiras de se ver o mundo, refutando estereótipos e quebrando silenciamentos.
[Recebido em: 14 mar. 2023 – Aceito em: 10 jun. 2023]
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Referências
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