Boitempo Editorial e Ivana Jinkings: um quarto de século de uma editora de esquerda no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.30620/p.i..v9i1.7017Palavras-chave:
Ivana Jinkings, Boitempo, Mulheres Editoras, Produção EditorialResumo
A questão mais ampla que nos move pode ser resumida na seguinte pergunta: Onde estiveram e onde estão narradas as mulheres editoras do Brasil? O viés de gênero, por sua evidente importância para a correção de narrativas que apagaram a atuação relevante de mulheres em vários campos, está na ordem do dia e na agenda de estudos, por exemplo, de sociologia da literatura (SAPIRO, 2016), e inspirada, ou informada, por estudos feministas anteriores. E enquanto esses estudos abordam também as estratégias de autor, vimos dando ênfase às estratégias e trajetórias de editoras (as casas e as mulheres), cujos estudos são ainda mais escassos, em especial no Brasil. A depender do nicho de atuação no mercado editorial, da região brasileira ou da época, será menos ou mais fácil encontrar as personagens desta história, infelizmente muito lacunar e carente de registros. Este artigo se vale de uma pesquisa documental no acervo digital do jornal Folha de S.Paulo para narrar as mais de duas décadas de existência da editora brasileira Boitempo Editorial, fundada pela paraense Ivana Jinkings, também editora e organizadora de obras do selo. Assumidamente uma editora de esquerda, mostramos, ao longo deste texto, sob uma mirada bourdiana, a trajetória da casa editorial por meio de autores, traduções, obras, coleções e parceiros, além de pontos de destaque como nichos (literatura e literatura infantil) e a relação com tecnologias digitais, já em anos mais recentes.
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