A condição sertaneja em Gado Humano: notas para uma leitura a contrapelo
DOI:
https://doi.org/10.30620/p.i..v1i2.1520Resumo
Neste trabalho pretendo discutir as imagens do sertão e do sertanejo forjadas pelo intelectual baiano Nestor Duarte Guimarães em seu romance Gado Humano, publicado em 1936. Neste percurso, tento problematizar a ideia de que tais imagens, de que tais “representações”, cumprem fundamentalmente a tarefa de “representar” determinada “realidade”. Postulando que as narrativas mais constroem que refletem aquilo que tomam por referente, tento pôr em relevo a ambivalência presente neste discurso representacionista que, em sua ânsia de afirmar o outro, por vezes acaba por negá-lo. Assim, além de proporuma leitura a contrapelo da narrativa duarteana, questiono também uma tradição que, de forma um tanto acrítica, se propõe a tomar a literatura como mero testemunho de uma ou outra realidade, esquecendo precisamente o potencial construtivista que tais narrativas envergam.
Palavras-chave
Nestor Duarte, literatura, representação, sertão.
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