A teoria das representações sociais e o estudo dos processos de ancoragem da memória coletiva
DOI:
https://doi.org/10.30620/pdi.v12n1.p97Palavras-chave:
Memória coletiva, Representações Sociais, Ancoragem, Senso comumResumo
Este artigo apresenta um compilado teórico alusivo à Teoria das Representações Sociais (TRS), formulada por Serge Moscovici, e, proficuamente desenvolvida por Denise Jodelet, cientista de extremada importância para a propagação da Teoria proposta. Introdutoriamente, esboçou-se o contexto histórico, político, científico (mormente da psicologia social) e econômico, no qual estava imerso tal autor no período das grandes revoluções que efervesciam na França. Para a derivação das TRS Moscovici inspirou-se nos pressupostos Durkhieminianos. Observou-se que o conhecimento produzido pela dimensão científica apresentava um status de supremacia quando comparado ao originado pelo senso comum, o qual se encontra vinculado a uma gama de percepções, credos, hábitos e valores que estão incorporados à prática cotidiana dos sujeitos, e que conferem semântica à realidade social das coletividades. Ademais, pontuou-se que existe uma entranhável conexão entre a Memória e a Representação Social, haja vista que estas se relacionam dialeticamente, de modo que os comportamentos dos indivíduos no tempo presente são fundamentados pela representação social que estes possuem a respeito de algo, assinalando-se nela a característica de conservação amparado na ancoragem desta representação, atributo este formado, sobretudo, pela memória coletiva do grupo de aderência. Por fim, discerniu-se que a memória é extremamente relevante para a formação das representações sociais, porque é por intermédio dela que os sujeitos executam o processo de identificação, reconhecimento e adesão aos grupos.
[Recebido em: 21 mai. 2022 – Aceito em: 18 jun. 2022]
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