O Jongo Folclórico de Bias Fortes e as narrativas do patrimônio cultural

Autores

Palavras-chave:

ongo, patrimônio cultural, política de patrimônio imaterial, identidade

Resumo

Este artigo apresenta uma investigação sobre o Jongo Folclórico de Bias Fortes, localizado na Zona da Mata Mineira. Por meio do levantamento da história, das características e do ritual dessa comunidade, é discutida a relação entre o jongo e o patrimônio cultural, tendo em vista que o Jongo no Sudeste é reconhecido pelo IPHAN como patrimônio cultural do Brasil desde 2005. Busca-se demonstrar como o registro do Jongo no Sudeste feito pelo instituto constrói uma narrativa daquilo que seria o jongo, sem abarcar toda a complexidade da prática, em especial a sua relação com a ação laboral, a magia e a religião. Dessa forma, aponta-se para a natureza classificatória da política de patrimônio cultural imaterial. Para a reflexão proposta, são tomados como procedimentos metodológicos levantamentos bibliográficos e documentais sobre o jongo e trabalhos de campo. As relações estabelecidas entre o IPHAN e o Jongo Folclórico de Bias Fortes são problematizadas, principalmente no que diz respeito às questões identitárias dessa comunidade, dando atenção, sobretudo, às falas e às ações dos praticantes em contextos nos quais lhes foi permitido negociar o jongo, seja como prática, seja como patrimônio cultural. Além disso, também é analisado o significado de patrimônio cultural para a comunidade em questão.

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Biografia do Autor

Cláudia Regina Rossi Fantini

Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde 2013 integra a equipe do Programa da UFMG, Mapeamento de Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais: Visibilização e Inclusão sociopolítica, coordenado pelo antropólogo Aderval Costa Filho. Nos anos de 2015 a 2017, desenvolveu pesquisa com a comunidade jongueira de Bias Fortes, Minas Gerais, na qual produziu uma reflexão acerca do reconhecimento e da salvaguarda do jongo como patrimônio cultural do Brasil. Atualmente é assessora técnica do Projeto de Mapeamento dos Faiscadores e demais Povos e Comunidades Tradicionais impactados em Mariana, Barra Longa, Rio Doce, Santa Cruz do Escalvado e Ponte Nova, pelo rompimento da Barragem do Fundão. Tem experiência na área de antropologia, atuando principalmente nos seguintes temas: povos e comunidades tradicionais, patrimônio cultural imaterial e políticas de preservação do patrimônio.

 

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Publicado

2020-05-08

Como Citar

Fantini, C. R. R. (2020). O Jongo Folclórico de Bias Fortes e as narrativas do patrimônio cultural. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 7(10), 40–53. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/OPARA10ART3