Agricultura familiar camponesa:

quem tem raízes profundas, sobrevive às ventanias

Autores

Resumo

A agricultura familiar camponesa contribui para diversificar a produção agrícola brasileira. Contudo como define a Lei 11.326/2006, frente às mudanças no campo tanto do ponto de vista dos núcleos familiares, quanto do trabalho e da renda, a referida normativa precisa de uma revisão imediata a partir da representatividade dos movimentos e das contribuições que as pesquisas científicas possam aportar. Neste sentido o propósito deste artigo é refletir que além da agricultura familiar ser indissociável da camponesa, é preciso cuidado no discurso acadêmico para não invisibilizá-la ou contribuir para o seu desenraizamento. Para tanto, utilizou da pesquisa bibliográfica e documental tendo por base fontes oficiais. Os resultados demonstram que com todas as resiliências a agricultura familiar camponesa, que tem raízes profundas e históricas, resistem as ventanias, principalmente da escassez de políticas públicas com tecnologias, educação, extensão e recursos acessíveis e suficientes. A conclusão é que é preciso revisar a lei que define os requisitos para ser agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, e que as relações campo-cidade, produção-mercado e estado-sociedade, também prescindem de pedagogias apropriadas.

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Biografia do Autor

Edvalda Pereira Torres Lins Aroucha / Valda Aroucha, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Edvalda Pereira Torres Lins Aroucha, mais conhecida como Valda Aroucha. Pedagoga. Mestra em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental pela UNEB e nesta mesma Universidade, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial PPGADT, com o projeto de pesquisa Educação Agroecológica - Pedagogia Com os Pés no Chão: da Extensão Rural para a Agricultura Familiar no Semiárido. Fundadora da AGENDHA (Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia), na qual é coordenadora ecopedagógica e sociopolítica, elaborou, apresentou, aprovou e coordena Projetos de ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural Agroecológica. Na UNEB - Campus VIII é professora da LICEEI - Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena, Pedagogia Indígena e integra a Comissão Setorial de Estágio do Curso da LICEEI, conforme Resolução n 2.016/2019 (CONSEPE); pesquisadora do OPARÁ (Centro de Pesquisas em Etnicidades, Movimentos Sociais e Educação), coordenando a Linha de Pesquisa Campesinato, Ecologia Humana e Etnoconservação, foi membro do LAPRAXIS - Laboratório de Ensino e Pesquisa para as Relações Étnico Raciais e Produção de Material Didático, integra a Ação Saberes Indígenas e é Membro Titular da Comissão Interinstitucional para Prevenção e Enfrentamento às Violências (Portaria: 8/12/18 - DOE/BA). Colaboradora do NUSF (Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco) de Atuação Especial do Ministério Público da Bahia que presta apoio às Promotorias de Justiça integrantes da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, como Coordenadora da Equipe de Educação Ambiental da FPI (Fiscalização Preventiva Integrada), coordenando a Equipe de Educação Ambiental. Presidiu o Fórum Estadual de Convivência com o Semiárido, sediado na Casa Civil do Governo do Estado da Bahia e já atuou em diversos Conselhos de âmbito local, estadual e nacional; Também fundadora do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não governamentais Alternativas - CAATINGA, onde também fundou a Escola Rural Ouricuri. Prestou serviços de consultoria ao SEBRAE, PNUD, FAO e Ministério Público Ambiental da Bahia. Por seus trabalhos institucionais, ganhou os prêmios e reconhecimentos: Mulher do Ano 1996 pela Revista Claudia; Ecólogo e Desertólogo João Vasconcelos Sobrinhos, o Título de Disoñador de Nuestro Campo em San Juan de Pasto/Colômbia; Prêmio Caixa Melhores Práticas; dentre outros. Possui livros e artigos publicados. Ecofeminista e Cidadã Pauloafonsina (Título recebido em 2012).

Anna Christina Freire Barbosa, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Licenciada em Ciências Sociais, Especialista em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais pela UFPE, Mestre em Economia pela UFC, Mestre em Sociologia pela UFPE, Doutora em Ciências Sociais pela UFRN, atua como Professora Adjunta na Universidade do Estado da Bahia e na Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina/PE. Coordenadora e Professora do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT); Professora do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socio Ambiental(PPGECOH). Líder do grupo de pesquisa Direito e Sociedade, está vinculada a linha de pesquisa Desigualdades sociais e contextos de produção de direitos. Atuou como Membro do Comitê de Iniciação Científica da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) no período de 22/01/2019 a 31/12/2023 na área de CIÊNCIAS HUMANAS.No momento desenvolve pesquisas nas áreas de Cultura, Desenvolvimento Econômico, Estudos de Gênero e Sociologia Jurídica. Tem interesse em Teoria Sociológica e Sociologia da Arte.

Luciano Sergio Ventin Bomfim, Universidade do Estado da Bahia - UNEB.

Possui graduação em Geografia pela Universidade Católica do Salvador (1982), graduação em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Bahia (1986), graduação em DIREITO pela Universidade do Estado da BAhia (2010), Especialização em Metodologia do Ensino Superior pelas Faculdades Integradas Olga Mettig, Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (1996) e Doutorado em Filosofia pela Universitaet Kassel (2000) e Pós-Doutorado em Ecologia Humana pela Universidade Nova de Lisboa. Atualmente é Professor Titular B do Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais do Campus III da Universidade do Estado da Bahia, no curso de Direito, e Professor do Doutorado em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da UNEB.Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Ecologia Humana, atuando principalmente nos seguintes temas: ecologia humana, ontologia humana, ser humano, Alienacao e Educacao, bem como em Agroecologia, e em Saúde do Produtor Familiar.

Eliane Maria de Souza Nogueira, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia do Recife (1984), mestrado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba (2000) e doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Federal da Paraíba (outubro de 2005). Atualmente é efetivo da UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB CAMPUS VIII. Tem experiência na área de Zoologia, atuando principalmente nos seguintes temas: zooplâncton, comunidades tradicionais, moluscos, além de ministrar as disciplinas: sustentabilidade do bioma caatinga, seminário de pesquisa I , monografia e projeto de pesquisa I e II.

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Publicado

2023-06-25

Como Citar

Edvalda Pereira Torres Lins Aroucha / Valda Aroucha, Barbosa, A. C. F., Bomfim, L. S. V., & Nogueira, E. M. de S. (2023). Agricultura familiar camponesa: : quem tem raízes profundas, sobrevive às ventanias. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 11(17), e172306. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/20587

Edição

Seção

Sessão Especial Opará 15 anos: Coletânea Pesquisadores Opará UNEB