Racismo e direito à cidade: Uma análise sobre a Cidade de Salvador

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Resumo

Sabendo-se que a cidade é um espaço de relações conflitivas e supressoras, onde cruzam-se diversos poderes em disputa, esse artigo remete aos leitores a uma reflexão sobre produção do espaço urbano de Salvador. Nesse âmbito, ao observar de forma rasa a questão, pode-se restringir tal fato apenas a classe, pois os negros encontram-se de forma numerosa nas classes mais pobres, assim, trazendo à tona a reprodução do mito da democracia racial. Dessa forma, nesse estudo é feito a intersecção de raça e classe, pois o grupo dos negros e pobres sofrem com mais obstáculos para terem seus direitos básicos garantidos, estando assim em maior condições de vulnerabilidade. Os processos históricos de urbanização de Salvador funcionam como base para analisar a segregação espacial na cidade, que possui com uma lógica racista. Busca-se aspectos reflexivos sobre como a população negra soteropolitana está vivendo frente ao processo de urbanização e como se deu a atuação do Estado ao intensificar esse processo. Trançando um paralelo entre o processo de normatização urbana e racialização da cidade de Salvador, assim, constata-se que a população negra, presente em grandes proporções na cidade de Salvador está presente, em grande parte, nos territórios segregados da capital baiana. Concluindo que, historicamente, esse grupo foi impelido para porções estigmatizadas e sem investimentos da cidade, fato que implica nas gritantes desigualdades espaciais existentes hoje em Salvador.

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Biografia do Autor

Cleide Daiane Sousa da Cruz, Secretaria de Educação do Estado da Bahia, SEEBA, Brasil

Licenciada em Geografia e especialista em Direitos Humanos e Contemporaneidade pela Universidade Federal da Bahia. Desenvolve atividade docente no ensino básico (fundamental II e médio), em escolas públicas e particulares. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Regionais e Agrárias (NERA) do Instituto de Geociências da UFBA e integrante do Grupo de Estudos Ângela Davis da Faculdade de Educação da UFBA.

Diosmar Marcelino de Santana-Filho, Universidade Federal da Bahia, UFBA, Brasil

Geógrafo, Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PÓSGEO) na Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) - área de concentração: Análise do Espaço Geográfico. Licenciado e Bacharel em Geografia pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL). Pesquisador Associado da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). Foi professor e coordenador acadêmico das Especializações Lato Sensu Estado e Direito dos Povos e Comunidades (2017-2018) e Direitos Humanos e Contemporaneidade (2018-2020) pela UFBA/UAB/CAPES. Foi docente no Curso de Serviço Social da Faculdade São Salvador. Foi docente substituto no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) - Campus Ilhéus e no Departamento de Geografia ? Instituto de Geociências (UFBA). Tem vínculo CNPq com o Grupo de Pesquisa - Historicidade do Estado, Direito e Direitos Humanos (GPhEDDH-UFBA). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), participou do Projeto de Extensão (CAPES) - Mapeamento de Povos e Comunidades Tradicionais em Minas Gerais: Visibilização e Inclusão Sociopolítica. Exerceu entre 2007 e 2015 ? cargos públicos de assessor e coordenador para povos e comunidades tradicionais no Governo do Estado da Bahia, nas áreas de gestão das águas, desenvolvimento social e promoção da igualdade racial. Foi consultor nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), colaborando na Secretaria-Geral da Presidência da República (SG-PR) para a regulamentação da Consulta Prévia da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Áreas de conhecimento: Geopolítica, Território, Desigualdade Racial, Território Quilombola, Política Pública, Cooperação Sul-Sul e Mapeamento Territorial.

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Cruz, C. D. S. da, & Santana-Filho, D. M. de . (2020). Racismo e direito à cidade: Uma análise sobre a Cidade de Salvador. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 8(12), e132010. Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/10749