O DEPARTAMENTO FEMININO DO CLUBE”, DE HELENA PARENTE CUNHA: IMPOSIÇÕES QUESTIONÁVEIS
DOI:
https://doi.org/10.53500/missangas.v3i4.12128Palavras-chave:
Autoria de mulheres, Relações de gênero, Helena Parente CunhaResumo
A partir dos pressupostos da crítica feminista, neste artigo, pretendemos analisar o conto “O departamento feminino do clube”, pertencente à Coletânea Vento ventania vendaval, da escritora Helena Parente Cunha, a fim de identificar de que maneira a narrativa evidencia a subjugação e imposição de papeis domésticos às mulheres. Verificamos, também, a metáfora por trás da referência a esse departamento feminino (trazida já no título), ou seja, esse meio de repartição e/ou subdivisão dentro de esferas públicas ou privadas. A narrativa da autora delineia um quadro da sociedade da época, mas traz à tona temáticas contemporâneas, uma vez que aborda a desigualdade de gênero e tece, por meio do texto literário, uma crítica aos discursos e práticas sociais que alimentam o olhar hierárquico entre os gêneros. No conto, evidencia-se a divisão dos papeis e a existência dos contratos sociais e matrimoniais, os quais são pregados nas linhas teóricas do feminismo. Diante do exposto, analisamos as marcas sociais e culturais deixadas pelos valores patriarcais de dominação e submissão das mulheres. Pela perspectiva teórico crítica feminista, este estudo dialoga com as bases teóricas de: Pateman (1993), Lauretis (1994) e Showalter (1994).
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Referências
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